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UMA IGREJA, QUATRO PARTIDOS

UMA IGREJA, QUATRO PARTIDOS

(1 Co 1.10-12)

A Igreja do Senhor Jesus é descrita nas páginas sagradas do Novo Testamento por meio de figuras instrutivas que acentuam a natureza e a unidade do povo de Deus. É a Igreja apresentada como "corpo" (1 Co 12.12), "edifício" (1 Co 3.9), "templo" (1 Co 3.16), e "família" (Ef 2.19). Esses, entre outros emblemas, salientam a mais completa união entre todos os crentes. O apóstolo Paulo exorta a Igreja à unidade, à concórdia e à comunhão entre os irmãos. É uma lástima e também uma pedra de tropeço ver aqui e acolá os
ditos salvos e santos em guerra uns contra os outros. Será que são a continuação dos “falsos irmãos” de Gl 2.4? É oportuno ler aqui v.7; 1 Jo 1.3,6,7.

Antes de exortar a igreja de Corinto, Paulo, com sabedoria, reconheceu e destacou as bênçãos divinas sobre aquela igreja e também o que havia de bom em seus crentes: 1) Eram “santificados em Cristo” (v.2); 2) chamados “santos” (v.2); 3) alvos “da graça de Deus” (v.4); 4) enriquecidos espiritualmente na palavra e no conhecimento (v.5); eles tinham todos os dons espirituais (v.7); 6) e a certeza da volta de Cristo (v.7).
1. O partido de Paulo: “Eu sou de Paulo” (v.12). O apóstolo foi o fundador da igreja em Corinto (At 18.8-11). Esse partido era o grupo dos “fundadores”, talvez, composto principalmente por gentios. Provavelmente, este grupo era formado pelos que se converteram através da pregação de Paulo. Lembremos que Paulo era o "apóstolo dos gentios" (Rm 11.13), entretanto, ensinava os crentes gentios a amarem a todos e a respeitarem a consciência dos mais fracos (1 Co 8.10-13).
2. O partido de Apolo: “Eu sou de Apolo” (v.12). Apolo era um servo de Deus, "eloquente e poderoso nas Escrituras" (At 18.24-28), que ministrou na cidade de Corinto depois da partida de Paulo para a Síria (At 18.18; 19.1). Era natural de Alexandria, Egito, um eficaz expositor das Sagradas Escrituras, e um fluente orador (At 18.28). O "grupo de Apolo", pode ter sido formado pelos elitistas, intelectuais, filósofos e sábios da igreja de Corinto (1 Co 1.20-23; 2.1-6; 3.18,19). Quando Paulo insistiu mais tarde para que Apolo fosse a Corinto, ele não atendeu a solicitação do apóstolo, talvez com receio que sua presença estimulasse ainda mais as divisões (1 Co 16.12). O partido de Apolo certamente era o dos intelectuais e teólogos da igreja local.
3. O partido de Cefas: “Eu sou de Cefas” (v.12). Cefas era o nome de Pedro no aramaico (Jo 1.42). Não há qualquer registro de que este apóstolo tenha ido a Corinto, mas seu renome como um dos três discípulos mais chegados a Cristo (Mt 17.1; Mc 5.37; 14.33), e "apóstolo dos judeus" (Gl 2.7,8) era conhecido por todos os cristãos. O "partido de Cefas", que dera muito trabalho a Paulo, era formado por judeus legalistas. Pedro, cheio do Espírito Santo, pregou no dia de Pentecostes, ocasião em que milhares de judeus se converteram e, certamente, muitos deles vindo de Corinto. Os componentes do “partido de Cefas” se ufanavam do fato de Cristo e os apóstolos serem de linhagem judaica. O partido de Cefas era o dos tradicionalistas, que conservavam os costumes em tempos de mudança.
4. O partido de Cristo: “E eu de Cristo” (v.12). Este grupo da igreja era exclusivista. Os partidários dessa facção se consideravam os únicos defensores do verdadeiro Evangelho e da graça. Eles não se submetiam a nenhum pastor humano. Só Cristo servia. Este partido era, sem dúvida, o mais nocivo dos grupos facciosos. Não aceitava a direção de qualquer autoridade eclesiástica. Acreditava que a igreja de Corinto estava em crise e que seus líderes não mereciam qualquer crédito. O "partido de Cristo" era uma igreja emergente dentro da igreja local. Considerava-se, para usar um neologismo, "crentes desigrejados".
Todos, entretanto, cometiam grave pecado contra a unidade do Corpo de Cristo. Os liberais, do partido de Paulo, achavam que podiam exercer a liberdade em Cristo acima da lei do amor (1 Co 13), – seu pecado era a libertinagem. Os legalistas, do partido de Pedro, erravam ao unir a lei com a graça (Jo 1.17; Rm 10.4; Cl 2.14) – seu pecado era unir duas alianças distintas. Os intelectuais, do partido de Apolo, com seu racionalismo filosófico, acreditavam que a lógica e a razão eram tudo o que precisavam para entender as coisas do Espírito – seu pecado era aceitar as escolas de pensamento humano em vez da revelação do Espírito. Os exclusivistas, do partido de Cristo, por causa do seu orgulho, carnalidade e imaturidade crônica, não se submetiam a nenhuma liderança pastoral – seu pecado era a insubordinação. Tais pecados continuam hoje a estragar e corromper crentes e suas respectivas congregações: libertinagem, legalismo, exclusivismo, dependência da sabedoria e capacidade humanas.
5. Na igreja ainda hoje, há "grupinhos" que costumam dividir e fracionar o povo de Deus. Não apresentam estes a mesmíssima natureza carnal e imaturidade dos crentes coríntios? Imaginemos uma congregação cristã tendo do seu lado de fora, na sociedade, uma pecaminosidade sem limite como a de Corinto, e, do lado de dentro, na igreja, dissensões, imoralidade, desordem no culto, práticas idolátricas e até embriagues. A expressão no versículo 10, “sejam unidos em um mesmo sentido”, no original é a mesma expressão “consertando as redes” em Mt 4.21. Redes rasgadas não recolhem peixe algum, a menos que sejam consertadas. Uma igreja despedaçada por divisões internas não tem como ganhar almas para Cristo, nem desfrutar do fluir da graça de Deus e do seu poder. O crédito não é do pregador, muito menos do mestre, mas do Senhor (v.7). Nem Paulo, nem Apolo têm a proeminência, mas Cristo. "Portanto, ninguém se glorie nos homens; porque tudo é vosso" (v.21).
6. Um alerta profético (vv.12-15). O fundamento da Igreja é a pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo (v.11; Mt 16.18; 1 Pe 2.6). Todavia, Paulo, "como sábio arquiteto", pôs o "fundamento", mas outro "edificou sobre ele" (v.10). De que forma pôs o fundamento? Através da pregação de Cristo, crucificado e ressurreto. No versículo 9, na imagem da lavoura, Paulo lança a semente e Apolo rega. No versículo 10, na metáfora do edifício, Paulo põe o fundamento e Apolo edifica. A semente é a mensagem da cruz (1 Co 1.28, 23; 2.1-4), o alicerce, o próprio Cristo, e a lavoura e o edifício são símbolos da Igreja. Os verbos "edificar" e "regar", por outro lado, referem-se à continuidade das operações ministeriais que conduzem a Igreja ao crescimento e maturidade espirituais.
Porém, o apóstolo alerta: "Veja cada um como edifica sobre ele" (v.10). Esta admoestação é de caráter profético: "o Dia a declarará" (v.13). Paulo refere-se ao tribunal de Cristo, que galardoará cada um "segundo o seu trabalho" (v.8). As obras edificadas sobre este inamovível fundamento são de dois tipos: perecíveis e imperecíveis. As perecíveis não resistirão ao julgamento divino representado pelo fogo: madeira, feno, palha; enquanto as imperecíveis resistirão ao juízo celestial: ouro, prata e pedras preciosas (v.12). Contudo, "se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo" (v.15).
7. O templo de Deus e a verdadeira sabedoria (vv.16-23). Anteriormente, Paulo ilustrou a igreja por intermédio das imagens do edifício e da lavoura (v.9), agora, emprega a figura do templo (vv.16,17). O Novo Testamento emprega dois termos para templo: hieros, usado para descrever todas as áreas do templo; e naos, especificamente, o santuário, a morada da divindade. Nesta passagem Paulo usa naos para designar que a Igreja é o lugar vivo da presença divina. O "templo de Deus" é a comunidade dos redimidos habitada pelo Espírito Santo (vv.16,17). Não há divisões quando Cristo governa a Igreja.

Portanto, a sabedoria deste mundo não é capaz de compreender as ministrações do Espírito Santo na Igreja, pois em vez de o homem se submeter humildemente à sabedoria divina, fica enfatuado na glória efêmera, transitória da mortalidade. Todavia, tudo pertence ao crente espiritual, pois todas as coisas se convergem em Cristo (v.22,23).
Por conseguinte, o partidarismo na igreja enfraquece e combate a unidade do Espírito pelo vínculo da paz (Ef 4.3). Cada crente é responsável por preservar a comunhão e a unidade cristãs. A vontade de Cristo é que, todos, sem exceção, cheguem à perfeição desta dádiva celeste (Jo 17.23).

 Fonte: Teologia & Graça

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