Texto Áureo: I Co. 6.2 - Leitura Bíblica em Classe: I Co. 6.1-9
Objetivo: Compreender que o cristão, no exercício do amor cristão, deve aprender a perdoar, portanto, não devem ler seus próprios irmãos aos tribunais descrentes.
INTRODUÇÃO
Os membros da igreja de Corinto, em decorrência da carnalidade, mais precisamente, da falta de amor, levavam uns aos outros aos tribunais pagãos a fim de disputarem interesses egoístas. Na lição de hoje, aprenderemos que essas atitudes procedem em igrejas que não mais sabem o que significa a comunhão cristã. Por isso, os litígios e as inimizades tornam-se práticas comuns, mais que isso, naturais. Ao final, veremos que a igreja cristã precisa atentar para a dimensão escatológica do seu chamado. Para tanto, faz-se necessário saber solucionar seus conflitos com sabedoria do alto, e, principalmente, com amor cristão.
1. A FALTA DE COMUNHÃO ENTRE OS CRENTES DE CORINTO
Os membros de uma igreja carnal deixam-se facilmente levar pelos interesses egocêntricos. Por isso, em Corinto, havia quem tivesse “algum negócio contra o outro” (v. 1), e o pior, levavam uns aos outros aos tribunais pagãos, acionavam os juízes incrédulos para resolverem suas disputas, escandalizando o evangelho de Cristo. Aquela igreja não sabia o significado da palavra comunhão. A koinonia, comunhão em grego, é uma premissa para a congregação que celebra o nome de Cristo. Esse termo significa também a partilha entre os fiéis da igreja. Tal sentimento recíproco é descrito em At. 2.42 em que os cristãos, como discípulos do Senhor, permaneciam juntos em comunhão. A doutrina da comunhão é recorrente nas epístolas paulinas. Para o apóstolo dos gentios a comunhão envolve a partilha de coisas materiais – ao suprimento das necessidades dos santos (Rm. 15.26; II Co. 8.4; 9.13). Para desenvolver o ministério da koinonia é preciso aprender a abrir mão dos interesses próprios em prol dos outros (Fp. 2.1). Somente quando somos guiados pelo Espírito (Gl. 5.19-22), podemos viver a verdadeira espiritualidade, e, assim fazendo, não daremos lugar aos interesses egoístas. Por essa razão João admoesta os crentes para que vivam em comunhão uns com os outros (I Jo. 1.3,7). Tal comunhão está fundamentada no Pai e em Seu Filho Jesus Cristo (I Jo. 1.6).
2. OS LITÍGIOS E AS INIMIZADES ENTRE OS CRENTES DE CORINTO
Conforme ressaltamos anteriormente, os crentes de Corinto não sabiam o que era comunhão. Por isso, faziam injustiças uns contra os outros (v. 8). Aqueles que se sentiam penalizados, ao invés de perdoarem e viverem em conciliação, em conformidade com o padrão bíblico (Mt. 5.38-40; Rm. 12.14-21), ia à Corte, demonstrando que, na verdade, alguns deles sequer haviam sido convertidos (I Co. 15.34). A igreja de Corinto se assemelha a algumas igrejas contemporâneas. Estão tão voltadas para o materialismo que os crentes só conseguem ver cifras. Não admitem perder um centavo, acreditam que o dinheiro é a razão da plena felicidade. A doutrina da graça está sendo destruída desses arraiais. Não há lugar para o perdão, a lei do mais forte prevalece. A palavra chave, tomada dos meios empresariais, é o sucesso. Todos que ser vitoriosos, há, inclusive, quem cite Rm. 8.37 “somos mais do que vencedores”, sem atentar para o contexto. Paulo, nessa passagem, está tratando da vitória do crente sobre a natureza pecaminosa. Outros utilizam Fp. 4.13 para defender que podem fazer qualquer coisa, mesmo usurpar o que é do seu irmão em prol de benefícios escusos. Deus nos chamou para a paz, para que vivamos em graça, para o exercício do perdão. A mensagem do evangelho, nesse sentido, é uma espécie de contracultura. O mundo desconhece os princípios do amor cristão, é pelos frutos que somos conhecidos (Mt. 7.18-20), por isso, não podemos esquecer que somos sal da terra e luz do mundo (Mt. 5.13.14).
3. A SOLUÇÃO DOS PROBLEMAS CONFLITUAIS NA IGREJA
Ao longo do texto, Paulo apresenta algumas soluções para os problemas dos conflitos da igreja em Corinto, e essas se aplicam muito bem aos problemas interpessoais da igreja hoje: 1) evitar os danos e contendas dentro da igreja, pois o simples fato de existir contendas entre os crentes já é vergonhoso; 2) mas se elas surgirem, os crentes não devam levar seus problemas aos tribunais fora da igreja, pois isso pode ensejar um escândalo (I Co. 6.1,4); 3) buscar dentro da igreja a solução para o problema por meio de um sábio aconselhamento, os conflitos da igreja devam ser resolvidos internamente (v. 5,6); e 4) dispor a sofrer dano, isto é, a sacrificar-se pelo outro, a proposta do apóstolo está focada não no direito e na justiça, mas no exercício do perdão e da misericórdia (v. 7).
CONCLUSÃO
A justiça dos homens é medida por medida, isto é, olho por olho e dente por dente (Mt. 5.38). Essa também é a lei de Mamon, o deus do dinheiro e da exploração (Mt. 6.24). O cristão, porém, vive debaixo de uma outra lei (Mt. 5.39-42). A lei da graça de Cristo, por isso, é capaz de, por amor, abdicar de seus direitos em prol do evangelho, especialmente quando existe a possibilidade de escândalo (Mt. 18.17).
BIBLIOGRAFIA
LOPES, H. D. I Coríntios. São Paulo: Hagnos, 2008.
PRIOR, D. A mensagem de I Coríntios. São Paulo: ABU, 2006.
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