INTRODUÇÃO:
Há três instituições que Deus es¬tabeleceu na esfera humana: a famí¬lia, a nação e a igreja. A família foi a primeira a ser criada; as outras duas dependem dela. Para que elas cami¬nhem corretamente, abençoadas e felizes, precisam pautar-se pela Palavra de Deus, porque ali está a sua origem e as normas básicas para as três.
"O QUE DIZ A BÍBLIA SOBRE O CASAMENTO?"
No Antigo Testamento a palavra hebraica para casamento é “laqah”, cujo significado básico é o de “pegar pela mão, conduzir”. No Novo Testamente, o termo “gamos”, em grego, significa “casar, celebrar o casamento, ter relações sexuais” (Mc. 6.17; Lc. 14.20; Jô. 2.1-2).
A instituição divina do casamento está registrada em Gênesis. “E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada. Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gênesis 2:23-24). Deus criou o homem e depois fez a mulher do “osso de seu osso”. O processo, como registrado, nos diz que Deus tomou uma das “costelas” de Adão (Gênesis 2:21-22). A palavra hebraica literalmente significa “o lado de uma pessoa”.
Por isto, Eva foi tomada do “lado” de Adão e é a seu lado que deve ficar. “E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo o animal do campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea” (Gênesis 2:20). As palavras “ajudadora idônea” são a mesma palavra hebraica. A palavra é “ezer” e vem de uma palavra-raiz primitiva que significa ficar à volta, proteger ou auxiliar, ajudar, ajudador, assistir. Por tal razão, significa ajudar, assistir ou auxiliar. Eva foi criada para ficar ao lado de Adão como sua “outra metade”, para ser seu auxílio e sua ajuda. Um homem e uma mulher, quando se casam, se tornam “uma só carne”. O Novo Testamento adiciona um aviso a esta “unidade”: “Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mateus 19:6).
Jesus, no Sermão do Monte, destacou a natureza sagrada do casamento e reforçou o cuidado em relação ao mandamento de não cometer adultério (Mt. 5.31-32). Ainda que em Dt. 24.1 haja uma possibilidade de divórcio, em Mc. 10.2, Jesus declara sobre a possibilidade do divorcio,somente nos casos de imoralidade sexual do cônjuge (Mt. 5.32; 19.9).
Há várias epístolas escritas pelo Apóstolo Paulo que falam de assuntos que governam uma visão bíblica do casamento e como os cristãos nascidos de novo devem agir dentro de seu relacionamento de casados. Encontramos uma destas passagens em I Coríntios capítulo 7 e outra em Efésios 5:22-33.
A passagem de Efésios é especialmente profunda em sua magnitude em referência ao casamento bíblico bem sucedido. “Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor; Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo” (Efésios 5:22-23). “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela” (Efésios 5:25). “Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja” (Efésios 5:28-29). “Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne” (Efésios 5:31). Quando estes princípios são escolhidos pelo marido e esposa, em harmonia com seus relacionamentos como crentes nascidos de novo, tem-se um casamento bíblico. Este não é um relacionamento assimétrico, mas um relacionamento que está em equilíbrio com o conceito de Cristo como cabeça do homem e mulher. Por esta razão, o conceito bíblico de casamento é o de unidade entre dois indivíduos, unidade que é uma representação da unidade do relacionamento de Cristo com Sua igreja.
A RELAÇÃO DO CASAMENTO: DOIS SE TORNAM UM
Juntar duas pessoas numa união completa descreve vividamente a beleza do casamento que Deus planejou. Deus não pretendia deixar o homem sozinho; então ele lhe deu a companheira perfeitamente adequada. Quando um homem e uma mulher se casam, eles formam uma nova e única unidade. Eles dividem uma relação sexual especial que jamais deve ser compartilhada com outros (1 Coríntios 7:3-5). Quando a mulher segue a liderança de amor do marido (Efésios 5:22-33), os dois participam juntos de sonhos e sofrimento, de conquistas e calamidades, do vigor da juventude e da fragilidade da velhice. Para este par privilegiado, a vida não se define mais com a palavra eu, e sim com a palavra nós.
Ao longo dos anos, a fusão de duas mentes na busca da mesma meta eterna cria uma intimidade e compreensão sem igual em relações humanas. A faísca de admiração no olhar de uma jovem noiva é apenas uma sombra do brilho constante no olho de uma mulher que superou décadas de desafios da vida com o homem que ela ama. O prazer que o noivo sente quando toma a mão da sua noiva é meramente um presságio do carinho que sentirá anos depois quando toma a mão de sua mulher, então envelhecida, para firmar os seus passos incertos.
O PERIGO DE DESCONSIDERAR OS PRINCÍPIOS DIVINOS
Aqueles que desprezam a perfeição do plano divino sofrem as tristes conseqüências de lares quebrados, corações esmagados, e espíritos quebrantados. Uma sociedade que apóia divórcios pecaminosos e incentiva casamentos ilícitos ceifará o que semeia. O sacrifício necessário para casamentos bem-sucedidos é sufocado pelo egoísmo que os destrói. O amor que fornece segurança é substituído pela lascívia que deixa esposas e filhos inocentes abandonados e desprotegidos num mundo cruel. Nem leis humanas nem doutrinas engenhosas podem mudar o fato que Deus permite apenas dois motivos para contrair novas núpcias: morte do primeiro companheiro (Romanos 7:3; 1 Coríntios 7:8-9,39) ou divórcio porque o parceiro cometeu adultério (Mateus 19:9).
Outros abusos da vontade de Deus também causam destruição:
• O sexo antes do casamento, incluído no termo bíblico fornicação ou relações sexuais ilícitas, sempre está errado (1 Coríntios 6:9-11,18; 7:2; Gálatas 5:19; Hebreus 13:4). Mesmo quando perdoado pela graça de Deus, o sexo antes do casamento, muitas vezes, traz graves conseqüências. Além das possíveis conseqüências físicas, a fornicação pode roubar o casamento posterior da intimidade especial que Deus fez para ser dividida exclusivamente por pessoas casadas.
• Relações homossexuais são outra perversão do plano de Deus. Todas as tentativas de "autoridades" humanas a defender a conduta homossexual como algo "natural" não podem apagar as palavras nítidas de Romanos 1:26-27 e 1 Coríntios 6:9-11. Homossexuais, como fornicadores, adúlteros e todos os outros pecadores, precisam se arrepender para buscar o perdão de Deus (Lucas 13:3; Atos 2:38; 8:22; Mateus 3:8).
DUAS QUESTÕES DE FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA QUE TEM SIDO CAUSA DO FRACASSO DE MUITOS CASAMENTOS:
1) NUM CASAMENTO CRISTÃO O JUGO DESIGUAL TEM QUE SER EVITADO (II Cor 6:14).
Esta questão do “jugo desigual” que, antigamente, era levada muito a sério, principalmente, pelos pais crentes, hoje caiu de importância, sendo aceito, ou tolerado. Todavia, Deus continua não aceitando a mistura entre justos e ímpios; entre o mundo e a Igreja (Dt 7:2-4).
No Casamento o jugo desigual pode existir entre os próprios Crentes. Para casar-se, portanto, mesmo que entre crentes, não se pode dispensar a oração. É sabido, de acordo com A Palavra de Deus, que entre os membros da Igreja Visível, ou das Igrejas Locais, existem os crentes salvos, as virgens prudentes, o trigo, os peixes bons, as árvores boas que produzem futos bons. Porém, existem também os crentes não salvos, as virgens loucas, o joio, os peixes ruins., as árvores ruins que produzem frutos ruins. Assim, só Deus, que conhece os corações, poderá, em resposta à oração, livrar seus filhos de um jugo desigual, dentro da própria Igreja.
2) O CASAMENTO DO “IRMÃO EM CRISTO” COM A “IRMÃ EM CRISTO” - um erro que pode ser evitado.
- o irmão casa-se com a irmã, ou vice-versa, quando o Casamento é realizado apenas com base nas afinidades espirituais, ou no “ágape”, que é o amor de Deus existente entre eles. Neste caso, o irmão não vê a mulher; vê o “vaso”, o instrumento que Deus usa; a irmã não vê o homem; vê o “vaso”, o instrumento que Deus usa. Este amor espiritual, ou divino, não tem malicia, não gera desejo carnal. A irmã, que é uma bênção, só vê o irmão, que também é uma bênção. Ela não consegue ver o homem que está no irmão.
Da mesma forma o irmão, que é uma bênção, só vê a irmã, que também é uma bênção. Ele não consegue ver a mulher que está na irmã. Se resolverem casar, sem consultar a Deus, este casamento tem tudo para dar errado. Não havendo o “Eros”, que é o amor carnal, o amor que gera desejo sexual, o relacionamento sexual será prejudicado e o Casamento poderá ser desfeito.
Quando isto acontece, muitos se surpreendem, e dizem: “não é possível! Os dois eram uma bênção! O Casamento tinha tudo para dar certo!”
Todavia, quem conhece A Palavra de Deus, sabe que aquele Casamento tinha tudo para dar errado! Os dois eram uma bênção…e continuariam sendo, se não tivessem casado! As duas bênçãos se casaram, os dois irmãos se casaram e constataram que não havia amor carnal para uni-los sexualmente. O irmão tinha se casado com a irmã em Cristo; a irmã tinha se casado com o irmão em Cristo! Deu errado!
Muitos continuam juntos. Geram filhos. Parece, aos olhos dos outros, que são felizes! Mas não são! Também não são mais uma bênção!
Para dar certo, o irmão tem que casar com uma mulher, que seja irmã; a irmã tem que casar com um homem, que seja irmão. É preciso que o homem veja a mulher que está na irmã e que a mulher veja o homem que está no irmão. Que sintam atração física um pelo utro.
Casar por ter dó do irmão, está errado! Casar por ter dó da irmã, está errado! Casar sem atração física está errado!
Pretender casar-se porque o irmão, ou a irmã é uma bênção, porque é um Obreiro, um Professor de Escola Dominical, porque os dois cantam juntos, porque têm comunhão, prazer em estar um perto do outro …tudo isto não basta!
Para que um Casamento possa dar certo, e cumprir seus três propósitos, é preciso que haja entre o casal, as três expressões do amor - o “ágape”, o “Eros”, o “philis”,ou seja o amor divino, o amor carnal e o amor amizade, ou social.
SEXO ANTES DO CASAMENTO!
'Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Bem vos vá'. (Atos dos Apóstolos, 15.29).
Sexo entre solteiros:
um assunto espinhoso, mas não menos importante. Estatísticas indicam que as maiores partes dos jovens cristãos fazem sexo antes do casamento! Muitos jovens evangélicos casam com 16, 17 ou 18 anos, sem nenhum planejamento, pois estão loucos para desfrutar da sexualidade “estando livres do pecado”. Boa parte da igreja fecha os olhos como se o problema fosse inexistente.
Sexo antes do casamento é fornicação, logo constitui em pecado. Isso é indiscutível! Flexibilizar pecado é diabólico, relativizar a verdade é trágico, portanto afirmamos biblicamente o que todos já sabem: que o sexo é uma intimidade reservada ao casamento. Agora, perante números tão grande de jovens envolvidos com sexo, mostra que algo está errado entre as igrejas desse país.
OS TRÊS GRANDES MITOS SOBRE A SEXUALIDADE ENTRE OS JOVENS
1. POUCOS SÃO AQUELES QUE CAEM
Não, não são poucos. Infelizmente são muitos. Ora, uma hora ou outra você conhece um desses casos. Portanto, não se pode tampar o sol com a peneira. Para mudar essa realidade é preciso que se reconheça o problema.
2. O CASAMENTO RESOLVE COM AS TENTAÇÕES
Grande engano! O casamento não é redentor! Quem tem uma sexualidade doentia quando solteiro, continuará assim depois do casamento, trazendo sofrimento para o casal. Portanto, o mal tem que ser contato pela raiz. O casamento não resolverá os problemas do jovem. Portanto, o trabalho de orientação sexual tem que começar cedo, para que o casamento já não comece dando errado.
3. OS JOVENS SÃO BEM ORIENTADOS NA IGREJA
Esse é o maior dos mitos. Claro, todos os jovens evangélicos sabem que fazer sexo antes do casamento é pecado. Todos sabem que não devem fazer isso, pois vão desagradar a Deus. O problema que muitos não entendem o porquê dessa restrição. Não conseguem contextualizar esse princípio bíblico diante de uma sociedade tão “sexualizada” como a atual. Muitos ainda não fizeram sexo por medo da disciplina eclesiástica e não por convicção desse mandamento.
SOLUÇÕES EQUIVOCADAS
Muitos jovens evangélicos estão casando muito cedo. Repito que isso cria mais problemas do que solução. Casamento sem planejamento tem tudo para a ruína. É claro que há exceções, mas a regra é cruel. Se a sexualidade fosse mais bem preparada, os jovens melhores orientados, talvez não tivéssemos tanto casos de jovens casando para morar com os pais, ou fazendo sexo ainda solteiros.
CONCLUSÃO
Ao nascer, fomos dotados de impulsos (tendência natural) específicos sem os quais nossa sobrevivência seria impossível. Depois da queda, no Jardim do Éden, o homem pecador passou a deturpar este impulso divino, gerando as muitas aberrações que sabemos existir hoje, mas isso não invalida a intenção de Deus em abençoar o homem e perpetuar a espécie através da sexualidade sadia. Provérbios 5.18 diz que “bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade”. A vida sexual saudável dentro do casamento tem a benção de Deus, além de dar alegria e prazer ao cônjuge (Hb 13.4). Toda via o desejo sexual deve ser disciplinado se quisermos viver de acordo com a vontade do Pai.
Satanás tem trabalhado em favor da banalização do sexo e da destruição do casamento. Estejamos, pois atentos às suas ciladas e oremos mais a favor da família.
Referências
Blog de por Gutierres Siqueira
Blog Teologia Pentencostal
Lições bíblicas – II trimestre de 2009
www.ebdweb.com.br ( blog do Pr. Geraldo Carneiro Filho)
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