Da liberdade cristã, e da liberdade de consciência.
Uma analise global dos argumentos de Paulo em 8.1-11.1 evidencia que ele é essencialmente a favor da liberdade (veja especialmente 8.8, 9.1-12, 19). Ele defende dois tipos de liberdade: A liberdade absoluta em Cristo (8.8; 9: 19 e 10.29) E a liberdade de limitar a própria liberdade por amor a algum irmão cuja consciência é menos forte (8.13, 9.12, 15, 19).
A discussão mencionada por Paulo em 1 Corintios 8, sobre comida sacrificadas a ídolos não é diretamente relevante aos dias de hoje.Willian Barclay explica: Os sacrifícios aos deuses era uma parte integrante da vida antiga. Havia dois tipos de sacrifícios: o particular e o publico. No sacrifício particular, o animal era dividido em três partes. Uma parte simbólica era queimada sobre o altar...; os sacerdotes recebiam a porção a que tinham direito...; o próprio adorador recebia o restante da carne, com a qual oferecia um banquete. Essas festas eram realizadas na casa do ofertante; bem como no templo do deus ao qual o sacrifício era oferecido... O problema que os cristãos enfrentavam era o seguinte: “podiam participar destas festas? Podiam colocar na boca uma carne que foi oferecida a um ídolo, a um deus pagão”? Se a resposta for não, então os cristãos de Corinto estariam se excluindo de quase todos os acontecimentos sociais... No sacrifício publico... Depois que a porção simbólica era queimada e os sacerdotes recebiam a sua parte, o restante da carne era entregue aos magistrados e a outras autoridades. O que eles não chegavam a aproveitar era vendido aos açougues e mercados; dificilmente alguém podia comer carne que não fosse de algum modo dedicada a um deus pagão... (W. Barclay, The letters to the Corinthians. 1954).
Só Deus é senhor da consciência, e a deixou livre das doutrinas humanas e mandamentos de homens, que em qualquer coisa, sejam contrario à sua palavra, ou que em matéria de fé, ou de culto estejam fora dela. Crer ou obedecer a doutrinas ou mandamentos de homens, por motivo de consciência é trair e destruir a verdadeira liberdade de consciência e a própria razão. Aqueles que sobre o pretexto de liberdade cristã, cometem qualquer pecado ou toleram qualquer concupiscência destroem por isso mesmo o fim da liberdade cristã; pelo contrario sendo livres, sem medo sirvamos ao senhor em santidade e justiça, diante dele todos os dias de nossa vida. (confissão de fé de Westminster. Citação parcial).
Toda a argumentação de Paulo, no capitulo 8 de 1 Corintios é um exemplo pratico de obediência á lei do amor: o amor se restringe para o bem dos outros. Fazer com que um irmão tropece uma só vez é, para Paulo, um perigo tão consternador, que ele prefere nunca mais tocar em carne para evitar tal desastre. Este é o verdadeiro amor cristão e (Paulo afirma com igual fervor) a verdadeira liberdade cristã.
Ev. Anderson Fernando da Silva - Bacharel em Teologia.
Colaboração: Pb Juliano Silva.
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