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Igreja Evangélica Assembléia de Deus – Recife / PE

Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais

Pastor Presidente: Ailton José Alves

Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 02 – OS PERIGOS DO DESVIO ESPIRITUAL

INTRODUÇÃO

Jeremias viveu e profetizou durante os reinados dos últimos cinco reis de Judá, um tempo caótico em termos políticos, morais e espirituais. A Babilônia, o Egito e a Assíria batalhavam pela supremacia mundial; Judá não sabia a qual destas nações se aliar. Como agravante, Judá pecou grandemente ao adorar outros deuses. Desde a aliança mosaica, Deus havia instruído o povo israelita contra tal pecado (Êx 20.3-6), pois, a idolatria faz com que as pessoas depositem sua confiança em coisas criadas, não no Criador. O povo israelita com sua apostasia, insultava o Deus verdadeiro, que em breve derramaria o cálice do seu furor contra eles.

O perigo era iminente, o juízo estava próximo; e é neste ambiente tão sombrio que Deus levanta um homem destemido para advertir o seu povo sobre os perigos do desvio espiritual.

Os perigos do desvio espiritual – 5


TEXTO ÁUREO: Jr. 2.13. Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm águas.


Texto Reflexivo:  Jr.2.19. A tua malícia te castigará, e as tuas apostasias te repreenderão; sabe, pois, e vê, que má e amarga coisa é o teres deixado o Senhor teu Deus, e o não haver em ti o temor de mim, diz o Senhor Deus dos exércitos.

“Consumação do século” (sinteléias tou aionos), sinteléias segundo o dicionário grego de Carey, significa consumação, fim, acabamento, completamento.

Igreja que ama, educa!

por: Valmir Nascimento Milomem Santos (Publicado na Revista Ensinador Cristão – CPAD)
John Stott escreveu um livro que deixaria muitos cristãos perplexos e estupefatos. Em “Crer é também pensar” Stott analisa a importância da mente na vida cristã e explica porque o uso da mente é tão importante para o cristão, e como se aplica em aspectos práticos de sua vida. Faz ainda um vigoroso apelo aos cristãos para mostrarem uma devoção inflamada pela verdade.
Digo que muitos cristãos ficariam perplexos e estupefatos pois no inicio de seu trabalho Stott afirma que o “espírito de anti-intelectualismo é corrente em nosso dia, o que segundo ele, no mundo moderno multiplicaram-se os pragmatistas, para os quais a primeira pergunta acerca de qualquer idéia não é: “É verdade?”, mas sim: “Será que funciona?”. Com efeito, este mesmo espectro de anti-intelectualismo surge freqüentemente para perturbar a Igreja cristã. Fazendo descrer da importância tanto do ensino teológico sistematizado quanto da educação secular, aduzindo, portanto, que presenciamos a “miséria e a ameaça do cristianismo de mente vazia”.

Na visão de Stott, o cristianismo de mente vazia é o resultado de igrejas que direcionaram suas ações somente para três áreas distintas: o ritual, em que uma cerimônia religiosa é um fim em si mesma; ação social, fazendo-a preocupar-se unicamente a assuntos ligados a fome e violência; ou, somente na experiência, em que se faz da experiência metafísica a única razão de ser cristão.
Esse cenário é propício para o surgimento de cristãos inconscientes; os quais não compreendendo as verdades bíblicas e o cerne do pensamento cristão são desprovidos do caráter e da mente de Cristo; cristão desvirtuados e indiferentes para com a obra de Cristo, e, por fim, crentes resignados e igrejistas, cujo horizonte vai até onde termina o átrio da sua congregação.
Gostaria sinceramente de contestar o ponto de vista de John Stott. Gostaria de escrever nesse espaço que ele está equivocado. Que as coisas não são bem da forma como ele disse. Que o cristianismo não está de “mente vazia”. Que não existe “espírito de anti-intelectualismo”. Que cristãos inconscientes, indiferentes e resignados são raros. E por, fim, gostaria de provar tudo isso, demonstrando que a Igreja investe tanto na educação bíblica quanto na secular.
Mas não tem como. Não quero ser hipócrita. Não tenho argumentos para desbancar as idéias de Stott. Não tenho provas para refutá-lo. Não tenho testemunhas. Por isso, tenho que concordar com ele. Devo aceitar suas denúncias.
Para comprovar que ele tem razão, basta observar que anualmente a igreja realiza quase uma dezena de festividades para os mais variados departamentos/setores. Nesse sentido, têm-se festas de jovens, adolescentes, crianças, circulo de oração, novos convertidos, encontros de casais, e aniversários diversos, nos quais são despendidos altas quantias de dinheiro para a oferta de preletores, cantores e demais despesas necessárias para o custeio de tais eventos.
Em contrapartida, pouquíssimas vezes são realizados eventos relativo à educação cristã. Encontros que tenham como foco discutir assuntos atinente ao ensino. Congressos que busquem a capacitação de professores e o aperfeiçoamento daqueles que acabaram de adentrar ao ministério do ensino. Simpósios que abordem técnicas de ensino e métodos para a excelência da ministração. Em último caso, e, se sobrar tempo, o máximo que se faz é improvisar um reuniãozinha extraordinária após e escola dominical num domingo qualquer, cujos participantes não vêm a hora do amém.
Ainda, tem-se o caso do investimento em construções de templos suntuosos, instalação de condicionadores de ar, cortinas, computadores, assentos, bem como outras aquisições; ao passo que pouco se investe em construção de salas de aula, aquisição de quadros, pincéis, materiais didáticos e outros correspondentes, afim de melhorar o ensino sistematizado da Bíblia Sagrada, eis que nesse caso, o investimento parece não ser conveniente.
Verifica-se que poucos líderes já se conscientizaram acerca da importância do ensino na igreja. Por isso, o sistema de ensino religioso evangélico permanece na sua grande maioria com um estilo arcaico, medíocre e desorganizado, com poucos investimentos e ações com vistas a organizar o setor educacional.

O cristianismo de mente vazia é resultado exatamente dessa falta de investimentos em educação cristã. Na inexistência de ações voltadas para a completa formação dos seguidores de Cristo. Na exata medida em que a Escola Dominical é jogada para escanteio e considerada somente como mais uma reunião extraordinária. Na mesma proporção em que o ensino sistematizado e permanente da Palavra de Deus, e o incentivo para o estudo secular é deixado de lado.
Leve-se em consideração que a Igreja enquanto agência divina possui três funções básicas: Evangelização, adoração e ensino. Entre esses papeis não existe aquele que possua maior ou menor grau de importância, todos são fundamentais. Porém, o ensino é o sustentáculo dos demais. Evangelização sem ensino é o mesmo que jogar a semente sem, no entanto, regar com água. Adoração sem ensino é pura cantoria sem propósito. Em suma, cristianismo sem ensino é puro ritualismo.
A educação cristã é de suma relevância para a formação do caráter cristão e para a afixação da consciência espiritual. A educação cristã promove o conhecimento de Deus e seu amor presente em Cristo. A educação cristã dá condições de preparo e desenvolvimento a seus membros para desempenharem o seu serviço do Reino. Portanto, o investimento no setor educacional da igreja é sobretudo investimento na formação do caráter cristão; é o empenho no sentido de formar discípulos conscientes acerca do seu papel no Reino de Deus, bem como da sua função no meio social.
Baseado nisso…
Se quisermos que os cristãos sejam conscientes e comprometidos com a principal finalidade do Reino de Deus, é melhor investirmos em educação. Se quisermos que os membros da igreja tenham pleno envolvimento acerca do seu papel em meio à sociedade secular, é melhor investirmos em educação. Se quisermos que a igreja saia dos casulos templários e cause o impacto do evangelho na sociedade, é melhor investirmos em educação. Se quisermos que a alienação espiritual de muitos crentes dê lugar à compreensão da salvação da alma, é melhor investirmos em educação. Se quisermos sermos vistos como sal da terra e luz do mundo, é melhor investirmos em educação.
Por outro lado…
Se quisermos que os cristãos sejam alienados, inconscientes, insossos, apagados, descomprometidos, sem propósitos, igrejistas, resignados, indiferentes e desvirtuados, é simples: Não invista em educação. Esqueça o ensino. Despreze a Escola Bíblica Dominical!
É por essas e por outras que, parafraseando Içami Tiba, digo: Igreja que ama, educa!

Educação a Distância



7 dicas para aulas melhores em EBD



Eis aqui um estudo de como preparar uma aula melhor para EBD, ele foi escrito por Júlio Clebsch e publicado no blog ensinodominical

São 7 dicas para dar aulas melhores: 1 - Incite, não informe, 2 - Conheça o ambiente, 3 - No final das contas (e no começo também), 4 - Simplifique, 5 - Ponha emoção, 6 - A pedra no sapato e 7 - Pratique. Clique no link abaixo e continue a ler.


por Júlio Clebsch



1 - Incite, não informe

Uma boa aula não termina em silêncio, ou com os alunos olhando para o relógio. Ela termina com ação concreta. Antes de preparar cada aula, pergunte-se o que você quer que seus alunos aprendam e façam e como você os convence disso?

Olhe em volta, descubra o que pessoas, nas mais diferentes profissões, fazem para conseguir a atenção dos outros. Por exemplo, ao fazer um resumo de uma matéria, não coloque um “título”; imagine-se um repórter e coloque uma manchete. Como aquela matéria seria colocada em um jornal ou revista? Use o espírito das manchetes, não seja literal, nem tente ser um professor do tipo:

Folha: Números Primos encontrados no congresso. 68% dos outros algarismos são contra.

IstoÉ: Denúncia: A conta secreta de Maurício de Nassau. Fernando Henrique poderia estar envolvido, se já fosse nascido.


Zero Hora: O Mar Morto não fica no Rio Grande do Sul. Apesar disso, você precisa conhecê-lo.

Caras: Ferro diz que relacionamento com oxigênio está corroído: “Gás Nobre coisa nenhuma”.

2 - Conheça o ambiente

Você nunca vai conseguir a atenção de uma sala sem a conhecer. Onde moram os alunos e como eles vivem - quem vem de um bairro humilde de periferia não tem nada a ver com um morador de condomínio fechado, apesar de, geograficamente, serem vizinhos. Quais informações eles tiveram em classes anteriores, quais seus interesses. Mesmo nas primeiras séries cada pessoa tem suas preferências e o grupo assume determinada personalidade.

3 - No final das contas (e no começo também)

As partes mais importantes de uma aula são os primeiros 30 e os últimos 15 segundos. Todo o resto, infelizmente, pode ser esquecido se você cometer um erro nesses momentos.

Os primeiros 30 segundos (principalmente das primeiras aulas do ano ou semestre) são um festival de conceituação e de cálculo dos discentes. Mesmo inconscientemente, eles respondem às seguintes questões:

- Quem é esse professor? Qual seu estilo?
- O que posso esperar dessa aula hoje e durante todo o ano?
- Quanto da minha atenção eu vou dedicar?

E isso, muitas vezes, sem que você tenha aberto a boca.

4 - Simplifique

Você certamente já presenciou esse fenômeno em algumas palestras: elas acabam meia hora antes do final. Ou seja, o apresentador fala o que tinha que falar, e passa o resto do tempo enrolando. Ou então, pior, gasta metade da apresentação com piadas, truques de mágica, histórias pessoais que levam às lágrimas, “compre meu livro” e aparentados, e o assunto, em si, é só apresentado no final - se isso.

Por isso, uma das regras de ouro de uma boa aula é - simplifique, tanto na linguagem como na escrita. Caso real: reunião de condomínio na praia, uma senhora reclamava que sua TV não funcionava direito.

Explicaram-lhe que era necessário sintonizar em UHF. Ela então perguntou para quê a diferença entre UHF e VHF. Um vizinho prestativo passou a discorrer sobre diferenças na recepção, como uma transmissão poderia interferir na outra, nas características geográficas… Ela continuava com aquela cara de quem não entendia nada. Até que um garoto resumiu a questão em cinco letras:

“AM e FM.”

“Ahhh, entendi.”

Escrever e falar da maneira mais simples possível não significa suavizar a matéria ou deixar de mencionar conceitos potencialmente “espinhosos”. Use e abuse de exemplos e analogias. Divida a informação em blocos curtos, para que seja melhor assimilada.

5 - Ponha emoção

Certo, você tem PhD naquela área, pesquisou o assunto por meses a fio, foi convidado para dar aulas em faculdades européias. Mesmo assim, seus alunos podem não prestar atenção em você. Segundo estudos, o impacto de uma aula é feito de:

- 55% estímulos visuais - como você se apresenta, anda e gesticula;

- 38% estímulos vocais - como você fala, sua entonação e timbre;

- e apenas 7% de conteúdo verbal - o assunto sobre o qual você fala.

Apoiar-se somente na matéria é uma forma garantida de falar para a parede, já que grande parte dos alunos estará prestando atenção em outra coisa. Treine seus gestos, conte histórias, movimente-se com naturalidade. Passe sua mensagem de forma intererssante.

Para o bem e para o mal, você dá aula para a geração videoclipe. Pessoas que foram criadas em frente aos mais criativos comerciais, em que videogames mostram realidades fantásticas. Entretanto, a tecnologia deve ser encarada como aliada, e não inimiga - apresentações multimídia, aparelhos de som, videocassetes - tudo isso pode ser usado como apoio à sua aula.

6 - A pedra no sapato

Pode ser a bagunça da turma do fundão. No ensino médio e superior, pode ser aquele aluno que duvida de tudo o que você diz pelo simples prazer de duvidar. Ou pode até ser um livro esquecido, ou computador que resolve não funcionar.


De qualquer maneira, grande parte do sucesso de sua aula depende de como você lida com esses inesperados. Responda a uma pergunta de maneira rude ou desinteressada, e você perderá qualquer simpatia que a classe poderia ter por você. Seja educado e solícito - a pior coisa que pode acontecer a um professor é perder a calma.

A razão é cultural e muito simples: tendemos sempre a torcer pelo mais fraco. Neste caso, seu aluno. A classe inteira tomará partido dele, não importa quem tenha a razão.

Se um discípulo fizer um comentário rude, repita o que ele disse e fique em silêncio por alguns instantes - são grandes as chances de ele se arrepender e pedir desculpas. Se for preciso, diga algo como “Estou pensando no que você disse. Podemos falar sobre isso após a aula?” Outra forma de se lidar com a situação é responder a questão na hora, ponderadamente - e para toda a classe, não apenas para quem perguntou. Termine sua exposição fazendo contato visual com outro aluno qualquer, por duas razões - a expressão dele vai lhe dizer o que a turma inteira achou do que você disse, ao mesmo tempo que desistimula outras participações inoportunas do aluno que o interrogou.

Não transforme sua aula em um debate entre você e um aluno - há pelo menos mais 20 e tantas pessoas presentes que merecem sua atenção.

7 - Pratique

Sua aula, como qualquer outra ação, melhora com o treino. Muitos professores se inteiram da matéria, e só treinam a aula uma vez - exatamente quando ela é dada, na frente dos alunos. Não é de se admirar que aconteçam tantos problemas com o ritmo - alguns tópicos são apresentados de maneira arrastada, outras vezes o professor termina o que tem a dizer 20 minutos antes do final da aula. Sem falar nos finais de semestre em que se “corre” com a matéria.

Só há uma maneira de evitar tais desastres. Treine antes. Dê uma aula em casa para seu cônjuge/filhos ou, na falta desses, para o espelho. Não use animais de estimação, são péssimos alunos - seu cachorro gosta de tudo o que você faz e os gatos têm suas próprias prioridades, indecifráveis para as outras espécies. E o que se busca com o treino é,principalmente, uma crítica construtiva.



Fonte: 7 dicas para das aulas melhores no blog ensinodominical

Solenes advertências pastorais – 1

INTRODUÇÃO
Com esta aula concluímos o estudo da 2ª carta do apóstolo Paulo aos corintios. É a sua carta mais pessoal. Nela, ele abriu o coração e falou de suas experiências mais íntimas, de suas dores mais profundas e de seu amor mais puro. De todas as igrejas que Paulo plantou, nenhuma recebeu tanto cuidado pastoral, conselhos e visitas quanto a igreja de Corinto. Também nenhuma igreja significava tanto para ele do que a dificultosa comunidade de Corinto. Por outro lado, nenhuma lhe fez sofrer tanto. Ele experimentou grande sofrimento, perseguição e oposição em seu ministério. Agora, Paulo se prepara para a terceira visita àquela igreja. Não será uma visita amistosa, mas confrontadora, conciliadora e, ao mesmo tempo, disciplinar(13:1,2). Sua responsabilidade pastoral era muito grande, por isso, esforçava-se para consolidar a fé dos santos que viviam em Corinto. Caso não haja arrependimento terá de disciplinar os faltosos. Contudo, antes de viajar para Corinto, ora a Deus para que a igreja emende seus caminhos e busque uma vida de perfeição.
I. PREOCUPAÇÕES PASTORAIS DE PAULO (12.19-21)
1. Preocupação com o estado espiritual dos crentes (12:19). “ Cuidais que ainda nos desculpamos convosco? Falamos em Cristo perante Deus, e tudo isto, ó amados, para vossa edificação”.

Aqui é demonstrado que o motivo evidente de Paulo não era obter a aprovação dos corintios, mas possibilitar sua edificação espiritual. Diz o apóstolo:”tudo isto, ó amados, para vossa edificação”. Quando afirma que tudo fora feito “para vossa edificação”, Paulo se refere possivelmente a tudo quando já disse, fez e escreveu(de modo particular a carta que ora estudamos), que os corintios poderiam erroneamente ter interpretado como mera autodefesa. Ele reitera, também, com essas palavras, o propósito do ministério apostólico: edificar a igreja(cf 10:8; 13:10). Deve-se notar que depois de todas aquelas palavras fortes, toda aquela ironia dos caps. 10 –12, o verdadeiro sentimento de Paulo pelos cristãos de Corinto emerge de novo no vocativo “ó amados”(cf 11:11;12:15). Era o amor de Paulo pela igreja coríntia, bem como seu desânimo, porque um evangelho falso estava sendo proclamado. O apóstolo desejava fortalecê-los na vida cristã e adverti-los acerca dos perigos que os cercavam. Estava mais interessado em ajudá-los do que em defender sua própria reputação.
2. O temor de Paulo em relação à igreja de Corinto. Ao visitar Corinto, Paulo teme encontrar os crentes despreparados espiritualmente. Havia duas áreas vulneráveis na vida daqueles crentes:
a) A área dos relacionamentos(12:20). “Temo, pois ,que, indo ter convosco, não vos encontre na forma em que vos quero, e que também vós me acheis diferente do que esperáveis, e que haja entre vós contendas, invejas, iras, porfias, detrações, intrigas, orgulho e tumultos”.
Paulo teme que haja entre os crentes: contendas, isto é, rivalidade e competição, discórdia acerca de prestígio; invejas, isto é, o desejo mesquinho de ter o que não lhe pertence; iras, isto é, explosões repentinas que leva a pessoa a fazer coisas das quais se arrependerá amargamente; porfias, isto é, ambição egoísta, centrada em si mesma, que jamais se dispõe a servir o próximo; detrações, isto é, ataque frontal, insultos e acusações lançados em voz alta e em público; intrigas, isto é, campanha de murmurações e maledicência espalhada de ouvido em ouvido, buscando desacreditar a pessoa; orgulho, isto é, conceito elevado ou exagerado de si próprio; amor-próprio demasiado; soberba; e tumulto, isto é, a anarquia.
Todos esses pecados estão ligados à área dos relacionamentos. A igreja de Corinto era um amontoado de gente, mas não uma família unida. Eles não agiam como um corpo, em que cada membro coopera com o outro. Ao contrário, estavam devorando uns aos outros pelas contendas e intrigas. Paulo, então, ciente disso, não podia, como pastor, deixar de tratar esses pecados que haviam comprometido a qualidade espiritual daquele rebanho. Portanto, ele toma atitudes disciplinares severas, a fim de que por ocasião de seu retorno à igreja de Corinto não encontrasse os mesmos problemas.
b) A área da pureza sexual(12:21). “Receio que, indo outra vez, o meu Deus me humilhe no meio de vós, e eu venha a chorar por muitos que, outrora, pecaram e não se arrependeram da impureza, prostituição e lascívia que cometeram”.
Paulo temia encontrar muitos crentes ainda prisioneiros dos mesmos pecados e aberrações sexuais que caracterizaram sua vida pagã. Esses pecados listados revelavam uma completa decadência moral. Lendo essa lista, nem parece tratar-se de uma igreja com tantos dons. Contudo, isso significa que a espiritualidade de uma igreja não pode ser avaliada pela quantidade de dons, mas pelo seu caráter e amor a Deus e ao próximo.
Impureza é tudo aquilo que impede que um homem tenha comunhão com Deus. É o oposto de pureza.
Prostituição é a promiscuidade no relacionamento sexual.

Lascívia indica o desacato deliberado da decência em público. É a atitude da alma que desconhece os limites da disciplina. Trata-se de pessoas que não aceitam restrições nem tem compromisso com a decência. Não se importa com a opinião pública, tampouco com sua própria reputação.
Tais pecados estavam corrompendo os bons costumes, anulando a ética cristã e promovendo dissensões e divisões entre os crentes de Corinto.
II. O PROPÓSITO DA DISCIPLINA DA IGREJA POR PAULO (12.21; 13.2-4)
Havia na igreja de Corinto um grupo que dava guarida ao ensino dos falsos apóstolos. Não apenas a teologia deles estava errada, mas também a vida deles estava em descompasso com a verdade. Havia não apenas oposição a Paulo(13:3), mas também relacionamentos quebrados(12:20) e imoralidade na vida desses membros(12:21).
Paulo está indo a Corinto com o propósito de instaurar um tribunal e disciplinar aos que insistem na prática do erro. Na sua primeira visita a Corinto, Paulo implantou a igreja. Sua segunda visita foi dolorosa e precisou sair da cidade sem solucionar os graves problemas que a atacavam; porém, enviou à igreja Tito, para pôr em ordem a situação pendente. Mas, agora, está pronto a ir à igreja pela terceira vez e dessa feita não poupará aqueles que de forma contumaz permanecem no erro. Ele poderia: (a) confrontar e denunciar publicamente o comportamento deles; (b) exercer a disciplina, chamando-os à presença dos líderes da igreja; ou c) excluí-los da igreja.
1. Promover a paz e o arrependimento dos pecadores (12.21; 13.2). Para levar os pecadores ao arrependimento, Paulo teria de ser rigoroso em sua repreensão. Os problemas de ordem moral exigiam uma postura firme do apóstolo. Caso contrário, as ações diabólicas para destruir a igreja não seriam neutralizadas. A disciplina deveria ser imposta de maneira firme e exemplar. Com respeito à isso duas coisas devem ser ressaltadas:
a) A acusação contra os pecadores precisa ser fundamentada(13:1). “É esta a terceira vez que vou ter convosco. Por boca de duas ou três testemunhas, será confirmada toda palavra”.
Aqui, Paulo está aplicando um princípio da lei mosaica de que nenhuma acusação deve ser recebida contra alguém sem ser consubstanciada por duas ou três testemunhas(Dt 19:15). Este mesmo princípio foi referendado por Jesus(Mt 18:16; João 8:17). Agora, Paulo está dizendo que aplicará o mesmo critério para disciplinar os faltosos(1Tm 5:19). Ao tratar do pecado na igreja devemos saber dos fatos, não apenas dos boatos.
b) A disciplina precisa ser aplicada(13:2). ”Já anteriormente o disse e segunda vez o digo, como quando estava presente; mas agora, estando ausente, o digo aos que antes pecaram e a todos os mais que, se outra vez for, não lhes perdoarei”.

Considerando que seu apostolado tinha sido concedido pelo Senhor Jesus e que este era seu modelo de líder-servidor, nada mais coerente do que a postura rígida de Paulo contra os pecadores impenitentes. Depois de alertar os coríntios algumas vezes, Paulo está disposto a não mais retardar a disciplina de alguns membros que estavam vivendo de forma escandalosa, na prática da imoralidade, e se recusavam a emendar seus caminhos, bem como aqueles que aprovavam sua atitude. Ele não pretende inocentar pecadores impenitentes.
O pecado é como fermento na massa. Se não for removido, contamina toda a igreja. A disciplina visa a proteção da igreja e a correção do faltoso. A disciplina, portanto, é um ato responsável de amor, e Paulo está pronto a aplicá-la na sua terceira viagem a Corinto.
2. Afirmar o caráter cristão de seu apostolado (13.3). “visto que buscais uma prova de Cristo que fala em mim, o qual não é fraco para convosco; antes, é poderoso entre vós”.
Influenciados pelos falsos apóstolos, alguns crentes de Corinto que teimavam em viver na prática do pecado buscavam provas contra Paulo, argumentando que Cristo não falava por intermédio dele. Como Paulo podia comprovar que Cristo falava mesmo por seu intermédio? O apóstolo começa sua réplica citando o pedido impertinente: “visto que buscais uma prova de Cristo que fala em mim…”. Na verdade, esses crentes queriam ser confrontados em seu estilo de vida. Em vez de corrigir sua conduta errada, procuraram desqualificar aquele que os exortava.
Então, Paulo lembra que Cristo se havia revelado aos coríntios por meio dele de modo poderoso. Quando creram na mensagem do evangelho, não havia nada de fraco na revolução que eles haviam experimentado em sua vida. Portanto, ao rejeitarem a Paulo, na verdade, estavam rejeitando o próprio Cristo.
Ao usar os termos “fraco” e “poderoso”, Paulo se recorda do paradoxo de força e fraqueza observada na vida do Salvador e de seus servos. Nosso Senhor foi “crucificado por fraqueza; contudo, vive pelo poder de Deus. Porque nós também somos fracos nele, mas viveremos com ele pelo poder de Deus em vós”(13:4). Quando Paulo diz que “viveremos com ele pelo poder de Deus em vós”, não está fazendo uma referência à ressurreição. Está falando que, ao visitá-los, demonstrará o grande poder de Deus ao tratar de quem estava vivendo em pecado. Consideravam-no fraco e desprezível, mas Paulo mostraria que podia ser forte no exercício da disciplina.
III. ALGUMAS RECOMENDAÇÕES FINAIS (13:5-11)
1. Paulo encerra sua carta com uma advertência (13.5). “Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis, quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados”.
Paulo sai agora da defesa do seu ministério e apostolado e resolve testar os cristãos coríntios, ao admoestá-los que realizem um autoexame. Ele inverte a situação. Ele diz a esses crentes rebeldes que em vez de eles o examinarem, eles deveriam examinar a si mesmos. Em vez de buscarem provas contra ele, deveriam investigar a si mesmos. Em vez de olharem para fora, deveriam olhar para dentro.

Há pessoas que estão na igreja, mas não são convertidas, e são essas a que dão mais trabalho. Tem seu nome no rol de membros da igreja, mas não no livro da vida. São contundentes na disposição de acusar os outros, mas são incapazes de examinarem seu próprio coração. Enxergam um cisco no olho do outro, mas não vêem a trave que está no seu próprio.
Esta exortação de Paulo nos alerta que, da mesma maneira que fazemos exames físicos periódicos, devemos fazer exames espirituais periódicos. Devemos procurar ter uma consciência crescente da presença e do poder de Cristo em nossa vida. Assim saberemos se somos verdadeiros cristãos ou meros impostores. Se não estivermos procurando nos aproximar de Deus, podemos ter certeza de que estaremos nos afastando dEle.
2. Paulo encerra sua carta com um desejo (13.7-9). Ele deseja que aqueles cristãos pratiquem o que é certo; e que sejam aperfeiçoados(13:7-9) – “Ora, eu rogo a Deus que não façais mal algum, não para que sejamos achados aprovados, mas para que vós façais o bem, embora nós sejamos como reprovados. Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade. Porque nos regozijamos de estar fracos, quando vós estais fortes; e o que desejamos é a vossa perfeição”.
Havia muitos pecados na Igreja de Corinto: divisões(1Co 1:10-12); imoralidade(1Co 5:1); contendas(1Co 6:7); uso abusivo da liberdade cristã(1Co 8:10; 10:24-28); atitudes inadequadas com respeito à ceia do Senhor(1Co 11:17-22), ao culto(1Co 12:3), aos dons(1Co 12:16-21) e à ressurreição(1Co 15:12). Alguns desses pecados não haviam sido ainda superados por alguns membros da igreja(12:20,21). Por influência dos falsos apóstolos, alguns crentes lideravam uma frente de oposição ao próprio ministério de Paulo(13:3).
Mas, em vez de condenar seus opositores, Paulo ora por eles. E ora para que pratiquem o bem. Sua preocupação não é com a sua reputação, muito menos com sua superioridade pessoal, mas o com aperfeiçoamento dos crentes, pois diz: “ Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade”. Paulo está afirmando que jamais poderia agir de modo que fosse contrário ao evangelho ou às suas implicações”. Paulo quer apenas a obediência, a pureza e a unidade da igreja.
Paulo deseja a perfeição dos coríntios – “e o que desejamos é a vossa perfeição”(13:9). Há falhas em nossa vida que precisam ser reparados. Há brechas que precisam ser tapadas. Paulo ora para que essas deficiências sejam tratadas e que os crentes sejam aperfeiçoados para o serviço divino.
3. Últimas recomendações (13.11,12). “Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, aperfeiçoai-vos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco. Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo. Todos os santos vos saúdam”.
Paulo encerra de forma repentina e enérgica essa epístola. Antes, porém, tem uma série de recomendações à igreja:
a) “regozijai-vos”. É a mesma expressão que aparece em 1Tessalonicenses 5:16: “Regozijai-vos sempre”. A alegria deve ser a marca do crente. Isso porque o evangelho é a boa nova de grande alegria. O reino de Deus é alegria. O fruto do Espírito é alegria, e a ordem de Deus é:”Alegrai-vos”.

b) “ aperfeiçoai-vos”. O crente não pode ficar estagnado. Ele precisa ser santificado na verdade. Ele precisa crescer na graça e no conhecimento de Cristo. Sua vida precisa ser transformada de glória em glória na imagem de Cristo. Para alcançar esse propósito, os coríntios precisariam abandonar os ensinos errados dos falsos apóstolos, acertarem seus relacionamentos uns com os outros e romperem com as práticas imorais.
c) “sede consolados”. Na vida cristã enfrentamos mares revoltos, desertos inóspitos e estradas juncadas de espinhos. Precisamos ser bálsamo de Deus na vida uns dos outros nessa jornada. Precisamos ser aliviadores de tensão, tornando o fardo dos irmãos mais leve.
d) “sede de um mesmo parecer”. Essa frase também pode ser traduzida por “tenham um só pensamento”(NVI). Os coríntios só poderiam pensar da mesma forma se tivessem a mente de Cristo. Ter a mente de Cristo significa pensar como Ele e sujeitar-lhe todo pensamento e raciocínio.
A igreja é um corpo, e todos os membros devem trabalhar sob a direção da mesma cabeça. Uma igreja onde os crentes vivem em conflito, alimentando suas vaidades pessoais, brigando por opiniões pessoais, o testemunho da igreja é prejudicado.
e) “vivei em paz”. Como está claro em 1Co 12:20, havia discórdias e contendas entre os coríntios; uma consequencia comum da infiltração do legalismo. Assim, Paulo os exorta a disciplinar os ofensores e a se entender com seus irmãos em Cristo.
Os crentes não são rivais, são parceiros. Devem viver em harmonia, e não em guerra. Onde há união entre o povo de Deus, ali Deus ordena a vida e a bênção(Sl 133:1-3). Quando os crentes vivem em harmonia, o Deus de amor e de paz será com eles – “E o Deus de amor e de paz será convosco”.
f) “ Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo”(13:12). O ósculo santo era uma forma de cumprimento característica dos cristãos no tempo dos apóstolos. O fato de ser santo indica que não devia ser um símbolo de afeição artificial, mas de sentimento puro e sincero.
Os crentes devem cumprimentar uns aos outros com alegria, com graça e com fervor. Os crentes devem ter santas, sinceras e intensas afeições uns pelos outros. Não há espaço na igreja para indiferença, frieza e preconceito. Devemos acolher a todos com desvelo e carinho.
CONCLUSÃO

Após tantas defesas, advertências e recomendações severas, Paulo conclui sua carta com uma bênção trinitariana: ”A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém!”(13:13). Essa é a única bênção do Novo Testamento que abrange todos os membros da Trindade. Essa bênção é uma síntese da mensagem do evangelho. É um resumo precioso de tudo aquilo que Paulo ensinou até aqui.
A graça de nosso Senhor Jesus Cristo nos traz à memória seu nascimento, quando Ele se fez pobre a fim de nos tornar ricos(2Co 8:9). O amor de Deus nos leva ao Calvário, onde Deus deu seu Filho como sacrifício por nossos pecados(João 3:16). A comunhão do Espírito Santo nos lembra o Pentecostes, quando o Espírito de Deus veio e revestiu a igreja de poder(At 2:1-47).
Que esta segunda carta aos coríntios possa produzir em cada crente uma reflexão a respeito de seu ministério, a fim de que possamos declarar como Paulo: “Eu, de muito boa vontade, gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas” (2 Co12.15).
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. E-Mail: luloure@yahoo.com.br. Disponível no site: www.adbelavista.com.br, e no Blog: http://luloure.blogspot.com/
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Fonte de Pesquisa: Bíblia de Estudo-Aplicação Pessoal. Bíblia de Estudo Pentecostal. Bíblia de estudo DAKE. O novo dicionário da Bíblia. Revista o Ensinador Cristão. Guia do leitor da bíblia – 2Corintios. 2Corintios – Rev. Hernandes Dias Lopes. Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento – William Macdnald. II Corintios – Colin Kruse.

SOLENES ADVERTÊNCIAS PASTORAIS

SOLENES ADVERTÊNCIAS PASTORAIS
Texto Áureo: II Co. 13.5 - Leitura Bíblica em Classe: II Co. 12.19-21; 13.5,8-11.
Pb. José Roberto A. Barbosa

Objetivo: Mostrar que uma das responsabilidades pastorais é disciplinar a igreja com amor, a fim de que esta se desenvolva espiritualmente sadia.

INTRODUÇÃO
Na aula de hoje, trataremos a respeito da intenção de Paulo de visitar Corinto. Para essa visita, ele ameaça tomar providências disciplinares contra aqueles que se opõem ao evangelho de Cristo. Em seguida, discorreremos sobre algumas advertências e saudações do Apóstolo para os coríntios. Ao final, meditaremos a respeito da benção apostólica, destacando seu valor para a igreja.

1. PROVIDÊNCIAS DISCIPLINARES
Paulo pretende visitar os coríntios pela terceira vez, e, como conseqüência desta, tomará as medidas disciplinares cabíveis contra aqueles que se opõem ao evangelho de Cristo (Mt. 18.16). Para tanto, apelará para as testemunhas a fim de consolidar sua reprimenda contra os falsos líderes (II Co. 13.1; Dt. 19.15; Jo. 8.17; I Tm. 5.19; Hb. 10.28; I Jo. 5.8). O Apóstolo objetiva, com este aviso, provocar mudanças no comportamento dos seus ofensores. Na carta severa, escrita por Paulo anteriormente, ele já havia dito, e agora, repete, que não os poupará quando chegar a Corinto (II Co. 12.2). Ele diz também que vai prover as provas necessárias contra aqueles que descredenciam seu ministério. Paulo assume que Cristo havia operando entre os coríntios, por meio dEle, realizados sinais que reforçavam seu apostolado (II Co. 12.3,12; Rm. 15.18,19). Aqueles que querem transformar o evangelho numa ostentação de poder, de riqueza e sabedoria, precisam saber que Cristo foi crucificado em fraqueza. Do mesmo modo, os obreiros do Senhor, ainda que fracos, viverão com Ele, pelo poder de Deus (II Co. 13.4). Consoante ao exposto, os obreiros devem avaliar se de fato estão na fé, ou se estão apenas servindo a si mesmos. Há obreiros que estão diante das igrejas, mas que não têm compromisso têm com o senhorio de Cristo. Quando forem avaliados por Deus, na eternidade, serão reprovados (II Co. 13.5). Mas Paulo sabe a quem está servindo, e tem as motivações corretas. Ele espera que os coríntios reconheçam essa verdade, pois sua posição espiritual comprova que seu apostolado é genuíno. Embora não tivesse uma aparência atrativa, como os líderes opositores, ele sabe que é aprovado pelo Senhor (II Co. 13.7). A reprovação dos falsos obreiros, contra Paulo, não estava fundamentada em critérios espirituais. Ainda hoje, quem está na verdade nada tem a temer, pois nada podemos contra a verdade, que é o evangelho, senão em favor da própria verdade (II Co. 13.8). O poder de Deus, conforme revelou o Senhor ao Apóstolo, através do espinho na carne, se manifesta na fraqueza (II Co. 12.7-10; 13.8,9). Por esse motivo, seu objetivo maior, nessa epístola, não é a destruição dos crentes, mas evitar que, em sua futura visita, fosse necessário usar de rigor, segundo a autoridade que o Senhor lhe conferiu (II Co. 13.10). Verdadeiramente, uma igreja instruída na Palavra de Deus, dá menos trabalho para o seu obreiro.

2. ADVERTÊNCIAS E SAUDAÇÕESPaulo conclui sua Segunda Epístola aos Coríntios com uma série de exortações e saudações. A princípio, saúda aos irmãos, desejando-lhes que se alegrem no Senhor. Ao rejeitarem o falso evangelho, os crentes poderiam, então, aperfeiçoarem-se e consolarem-se, e, principalmente, viver em paz, pois o Deus de amor e paz estaria com eles (II Co. 13.11). Recomenda também que os irmãos saúdem-se uns aos outros com ósculo santo, isto é, com um beijo. Essa era (e ainda é) uma saudação comum entre os povos daquela região. O diferencial estava na qualidade desse ósculo, que não deveria ter qualquer conotação sexual, mas um tratamento de santidade (II Co. 13.12). As saudações cristãs não podem ser fingidas, por isso, mesmo “a paz do Senhor”, precisa partir do íntimo de um coração moldado pelo evangelho de Cristo. Somente assim é possível desfrutar da verdadeira paz, aquela proveniente do fruto do Espírito, prometida por Jesus, e que o mundo não conhece (Gl. 5.22; Jo.14.27). Essa paz de Deus, que excede a todo e qualquer entendimento, deva ser cultiva pelos membros da igreja do Senhor (Ef. 2.14-17; 4.3).

3. A BENÇÃO APOSTÓLICA
Para concluir a Epístola, Paulo impetra, sobre os seus leitores (ouvintes), uma benção. Essa é digna de atenção especial por causa da sua formula tríplice, aludindo, diretamente, ao Pai, o Filho e ao Espírito Santo, que são mencionados explicitamente. A graça do Senhor Jesus Cristo, isto é o favor imerecido de Deus em prol dos pecadores; o amor de Deus, o qual nos reconciliou por intermédio de Cristo a fim de que pudéssemos viver em Paz; e a comunhão do Espírito Santo, a koinonia, a participação do Espírito seja desfrutada por todos os membros, para a unidade da igreja.

CONCLUSÃO
Chegamos ao final de mais um trimestre da Escola Bíblica Dominical. A CPAD nos brindou, mais uma vez, com uma série de lições expositivas, que favorecem o estudo integral e contextualizado de um livro bíblico. No próximo trimestre, nos voltaremos para o Jeremias. A mensagem deste profeta tem muito a nos dizer nos dias de hoje, aguardamos, com temor e tremor, o início do próximo trimestre, e que o Senhor seja conosco, professores da EBD, na ministração das lições aos nossos alunos.

BIBLIOGRAFIAHORTON, S. I e II Coríntios. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
KRUSE, C. II Coríntios: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1999.

VISÕES E REVELAÇÕES DO SENHOR

Texto Áureo: II Co. 12.1 - Leitura Bíblica em Classe: II Co. 12.1-4,7-10,12.
Pb. José Roberto A. Barbosa

Objetivo: Instruir a igreja quanto às experiências espirituais, destacando que essas, além de não serem credenciais do apostolado genuino, devam ser respaldadas pela Palavra de Deus.

INTRODUÇÃO
Os falsos apóstolos de Corinto argumentavam, contra Paulo, que esse não tinha recebido visões do Senhor, uma credencial considerada relevante para eles. Na lição de hoje, o Apóstolo, devido à exigência da situação, narra, com modéstia e sutileza, as visões e revelações que teve do Senhor. Em seguida, mostra que, para que ele não se vangloriasse delas, o Senhor lhe pôs um espinho na carne. Ao final, destacaremos o caráter altruísta do ministério apostólico de Paulo.

1. VISÕES E REVELAÇÕES
Não convém a Paulo se gloriar, por isso, ele o faz constrangido, devido às exigências da situação. É nesse contexto que o Apóstolo resolve repassar as visões e revelações que recebeu do Senhor. A primeira, e certamente a mais importante delas, ocorreu na estrada de Damasco, quando Paulo se encontrou com o Senhor Jesus (II Co. 12.1; At. 22.6-11). Posteriormente, Paulo teve uma visão do homem da Macedônia que o chamou para ajudar (At. 16.9,10). O próprio evangelho que Paulo pregava, conforme ressaltou aos crentes da Galácia, lhe havia sido revelado (Gl. 1.12), bem como as revelações escatológicas provenientes de Deus (Ef. 3.3-5; I Co. 2.9,10; I Ts. 4.15). Certamente Paulo teve outras revelações do Senhor, mas resolve destacar uma para confrontar seus opositores. Narra que, há quatorze anos, um homem, referindo-se a ele mesmo, mas utilizando-se de modéstia, que havia sido arrebatado até ao terceiro céu. É digno de destaque que Paulo utiliza, aqui, o mesmo verbo grego harpazo de quando se refere ao arrebatamento da igreja (I Ts. 4.17). Talvez, por isso, o Apóstolo não tenha certeza se esse arrebatamento se deu no corpo ou fora dele. Ao ser levado para o paraíso, Paulo ouviu palavras inefáveis, as quais não são lícitas ao homem referir. Com essa restrição, o Apóstolo ressalta a natureza sacra da revelação, e, provavelmente, algo que apenas a ele dizia respeito, ou, talvez, que fosse impossível se ser descrito em palavras (II Co. 3,4). Fato é que ele não quer parecer presunçoso em relação às suas visões e revelações, pois não pretende se vangloriar delas. Ao invés de se gloriar das visões e revelações, Paulo prefere se gloriar das suas fraquezas, isto é, em ser um tesouro em vaso de barro (II Co. 4.7; 11.30; 12.5,6).

2. O ESPINHO NA CARNE
Para que ele não se ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-lhe posto um espinho na carne. Paulo expõe aos seus adversários suas limitações, destacando que, para que ele não viesse a se gloriar das visões e revelações que recebeu, veio-lhe um mensageiro de Satanás, para esbofeteá-lo, a fim de que ele não se exaltasse. Muitas são as controvérsias a respeito do que seria o espinho na carne de Paulo, mas todas as afirmações não passam de especulações teológicas. É mais provável, ainda que não seja passível de comprovação bíblica, que o Apóstolo teria algum problema físico nos olhos (II Co. 12.7; Gl. 4.15). Paulo pediu três vezes ao Senhor para que afastasse esse espinho, mas a resposta foi negativa, ainda que encorajadora: a minha graça de basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. Os falsos apóstolos, e os superpastores contemporâneos, vestem uma carapuça de indestrutibilidade. Investem tão maciçamente na aparência que ocultam suas fragilidades. Há pastores que criticam o rebanho por exigir demais deles, mas não percebem que são eles mesmos os culpados, pois criam uma áurea que fazem com que as pessoas acreditem que são perfeitos. Diferentemente desses, Paulo consegue conviver com suas fragilidades, sabe lidar com elas, já que o Senhor lhe revelou que é através delas que o Seu poder se aperfeiçoa. Somente aqueles que foram feridos são capazes de entender as dores do outro. Apenas aqueles que reconhecem suas fragilidades poderão ser fortalecidos pelo Senhor. Diante dessa verdade espiritual, o Apóstolo dos Gentios prefere antes se gloriar nas fraquezas, para que, sobre ele, repouse o poder de Cristo (II Co. 12.8-10).

3. ALTRUÍSMO MINISTERIAL
O ato de gloriar-se, por causa das exigências da igreja de Corinto, é reconhecido, pelo próprio Paulo, como uma insensatez. Os crentes daquela cidade o constrangeram a fazer tal coisa. Ele preferia que os irmãos tivessem sensibilidade espiritual suficientes para ver as credenciais do Apóstolo (II Co. 12.11). Os coríntios tiveram ampla oportunidade de testemunharem as credenciais apostólicas de Paulo. Se eles tivessem comparado suas credenciais com as dos seus opositores, notariam que em nada ele seria inferior (II Co. 12,13). Paulo pretende, mais uma vez, ir a Corinto, para rever os irmãos, e adianta: “não vos serei pesado, pois não vou atrás de vossos bens, mas procuro a vós outros”. Como pai espiritual daquela igreja, deveria ser Paulo, e não os coríntios, que deveria prover o sustento (II Co. 12.14). De modo que, agindo como pai, se dispõe, de boa vontade, a se gastar, e não só isso, a se deixar gastar em prol das almas dos crentes. O verbo “gastar”, tanto em português como em grego, dá idéia de dispensar dinheiro. Paulo o utiliza tanto na voz ativa quando na passiva. Ele estava disposto a sacrificar sua vida em prol da salvação dos crentes. Paradoxalmente, há obreiros que não mais se gastam pelas ovelhas, tomados pelo comodismo, evitam o contato com problemas. Eles se colocam como as primeiras pessoas depois delas mesmas. Ao invés de irem atrás de suas ovelhas, esperam, comodamente, que elas cheguem até eles (II Co. 12.15). Paulo, diferentemente desses, se gasta, e, a todo custo, evita ser pesado aos irmãos da igreja. Ele justifica que a ninguém explorou, antes agiu em amor, com altruísmo e integridade (II Co. 12.16-18). A proposta central do seu ministério não é a exaltação própria, a posição eclesiástica, investir em contatos que lhe abram caminhos para auferir lucros ou poder, mas a edificação da igreja (II Co. 12.19). Na terceira visita que pretende fazer àquela igreja, espera não encontra-los na mesma condição na qual se encontram: com contendas, invejas, iras, porfias, detrações, intrigas, orgulho e tumultos.

CONCLUSÃO
O líder verdadeiramente espiritual não ostenta glória própria. A motivação central do seu ministério é a salvação das almas. Suas atitudes são respaldadas, prioritariamente, pelo amor cristão. A fim de que tenha bom êxito nessa empreitada, ele sacrifica seus interesses e evita se tornar um fardo para os crentes. E, ao invés de se gloriar em visões e revelações, algumas delas biblicamente questionáveis, não tem receio de gastar-se por amor aos crentes, sendo esta sua principal credencial. Ele não é um superobreiro, mas alguém normal, e como qualquer cristão, tem seu “espinho na carne”. E estes, na verdade, servem para que a graça de Deus superabunde, para que o Seu poder se aperfeiçoe na fraqueza.

BIBLIOGRAFIA
HORTON, S. I e II Coríntios. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
KRUSE, C. II Coríntios: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1999.

LIÇÃO Nº 12 - 21/03/2010 - "VISÕES E REVELAÇÕES DO SENHOR"



ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL DA
IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS
LIÇÃO 12 - DIA 21/03/2010
TÍTULO: “VISÕES E REVELAÇÕES DO SENHOR”
TEXTO ÁUREO – II Cor 12:1
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: II Cor 12:1-4, 7-10, 12


I – INTRODUÇÃO:


· Existem muitos por aí dizendo que estão recebendo determinadas revelações, que tiveram sonhos, visões, profecias e até contatos especiais com seres superiores. São indivíduos que dizem que estão entrando no mundo das coisas invisíveis, enxergando imagens e ouvindo diferentes sons, tendo assim experiências místicas.

· Outros há que falam em revelações de um modo exagerado. Para eles, tudo é entendido da seguinte maneira:

· (1) – “Deus me revela”;
· (2) – “Eu não fui revelado”;
· (3) – “Estou aguardando uma revelação”; e etc.
· São pessoas que acham que para tudo o que se vai fazer ou deixar de fazer é preciso “ser revelado”.

· Percebe-se que estas supostas revelações acabam gerando atitudes extremadas e pouco racionais, pois criam seitas, geram suicídios e mergulho num fanatismo sem precedentes, onde diversas decisões equivocadas são tomadas.

· Dito isto, procuraremos mostrar neste subsídio que tudo aquilo que acontece no viver do cristão precisa conferir com a vontade de Deus e ter respaldo nos ensinamentos de Jesus – Rm 16:25-27; Cl 1:23; Gl 1:8.

II – UM MOVIMENTO DE REVELAÇÕES:


· Jl 2:28 – “Profetizarão”, “terão visões”, “sonharão” – O movimento do Espírito Santo é um movimento de revelações do infinito. É uma das funções do Espírito Santo revelar aos homens as coisas de Deus de várias maneiras, inclusive quanto ao futuro distante, visando a edificação da Igreja de Jesus.

II.1 – PROFECIA:


· Falar na própria língua, sob a inteira unção do Espírito Santo. Constitui-se de vários elementos e tem a função de edificar, exortar e consolar – I Cor 14:3.


II.1.1. – ORIGEM DA FALSA PROFECIA:


· Via de regra, a falsa profecia tem duas origens:

· (A) – HUMANA – Jr 23:16, 21, 26 – Leva o homem a falar da sua própria mente ou coração (Jr 17:9). Exemplo: II Sm 7:1-7 (Natã e Davi).

· (B) – DIABÓLICA – Através de espíritos de mentira e de demônios que imitam os verdadeiros servos de Deus (I Rs 22:21-23; Dt 18:20-22; Jr 5:31; 14:14-16).

II.1.2 - MOTIVO DA FALSA PROFECIA:

· Enganar o homem para que este se rebele e se distancie de seu Criador. É por isso que surgem os falsos profetas – Jr 23:26-27; At 13:8.

II.1.3 - CARACTERÍSTICAS DA FALSA PROFECIA:


· (1) - Introduz heresias (II Pe 2:1-3);
· (2) - Defende as paixões humanas (II Tm 3:3-4);
· (3) - Engana, pois leva o homem a amar as concupiscências e o pecado (II Pe 2:18; Jd 4);
· (4) - Tem por fundamento a imitação (At 16:16-18);
· (5) - Tem por fundamento a falsificação (II Cor 2:17; Jr 23:26).

II.1.4 - CONSEQUENCIAS DA FALSA PROFECIA:

· (1) - Mensagens que defendem pecados e a desobediência a Deus (II Tm 4:3-4);
· (2) - Apostasia, por meio de fábulas e mentiras (II Tm 4:4);
· (3) - Induzem às tentações (Jr 23:14; Ez 13:22);
· (4) - Faz o povo de Deus naufragar na fé (I Tm 1:19);
· (5) - Faz Deus abandonar o Seu povo (Jr 23:32-33);
· (6) - Traz cegueira espiritual (At 13:11);
· (7) - Traz morte espiritual (Dt 13:5).

II.2 – SONHOS:


· Conjunto de imagens que se apresentam ao homem durante o sono. Nem todo sonho provém de Deus. À luz da Bíblia, entretanto, há sonhos que são preciosas revelações do Senhor, prevenindo, advertindo e orientando. Uns são simples sonhos e outros são a Palavra de Deus comunicada pelo Espírito Santo.

II.2.1 – ORIGEM DOS SONHOS:

· Sua origem pode ser:

· (A) – Divina – Jó 33:14-15;
· (B) – Humana – Ec 5:3, 7;
· (C) – Maligna – Jr 23:27, 32;

II.2.2 - FINALIDADES DOS SONHOS:

· (A) – Nenhuma – Ec 5:3, 7;
· (B) – Direção – Mt 1:20; 2:12-13, 19, 22;
· (C) – Advertência – Gn 20:3; Mt 27:19;
· (D) – Encorajamento – I Rs 3:5; Jz 7:13;
· (E) – Propósito profético – Gn 41:1, 5; 37:5-11.

II.3 – VISÕES:

· Algo que o homem vê, estando acordado. Muitas vezes, quadros do Infinito tem sido produzido pelo Espírito Santo e colocados à vista dos servos de Deus, através de maravilhosas visões – At 10:9-16; 16:9-10; 22:18.

II.3.1 – ORIGEM DAS VISÕES:

· Sua origem pode ser:

· (A) – Divina – Sl 89:18-19;
· (B) – Humana – Cl 2:18, 23;
· (C) – Maligna – Ez 13:7; Jr 23:16;

II.3.2 – FINALIDADE DAS VISÕES:

· (A) – Mensagem profética – Hc 2:2-3;
· (B) – Situação pecaminosa do povo – Ex 8:1-3, 7-18;
· (C) – Direção e confronto – At 16:9-10; 18:9-10; 23:11; 27:23-24.

III – AS REVELAÇÕES NÃO TEM AUTORIDADE DOUTRINÁRIA:

· NENHUMA DOUTRINA OU PROCEDIMENTO PODE TER BASE EM PROFECIAS, SONHOS ou VISÕES, PORQUE ESTES NÃO PODEM SER IGUALADOS À REVELAÇÃO ENCONTRADA NA SANTA BÍBLIA. 

· As profecias podem ser julgadas; os sonhos e visões precisam ser provados! 
· Até mesmo aqueles sonhos, profecias e visões originados em Deus não tem nenhuma autoridade para acrescentar ou tirar algo da doutrina já revelada nas Sagradas Escrituras.
· Isto pelas seguintes razões:

· (A) – SELEÇÃO E INSPIRAÇÃO DIVINA – II Pe 1:21 - Todas as revelações mencionadas na Bíblia foram selecionadas e nela inseridas pela inspiração do Espírito Santo, com a finalidade de servir como pedra de toque a todas as manifestações que surgissem ao longo dos tempos – I Pe 1:10-12; Jo 20:30-31.
· (B) – AUTORIDADE SUPREMA – Mt 5:17-19; Jo 14:21; 15:10; II Tm 3:15-17 – Tudo o que está escrito na Bíblia deve ser aceito, crido e obedecido, pois é a autoridade suprema em todas as coisas pertinentes à vida e à piedade cristãs. Portanto, nenhuma profecia, nenhum sonho ou visão podem ser igualados à Bíblia; devem ser aferidos por ela. Qualquer coisa contrária à Palavra  do Senhor está errada e tem de ser rejeitada.

IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS:

· Toda e qualquer manifestação, seja através de palavras faladas, escritas, ou por meio de atos, precisa ser examinada. A única coisa que dispensa qualquer comentário é a Palavra de Deus, pois:

· (1) – Ela é refinada – II Sm 22:31;
· (2) – Ela é provada – Sl 18:30;
· (3) – Ela é perfeita – Sl 19:7;
· (4) – Ela é muito pura – Sl 119:140; Pv 30:5.

· Assim, toda manifestação contrária à Palavra de Deus é inaceitável. Deus não se contradiz; Sua palavra é a revelação completa; não aceita nenhum acréscimo – Pv 30:6; Apc 22:18-19.

· PODE SER ATÉ MESMO A MENSAGEM DE UM ANJO! O QUE NÃO ESTIVER DE ACORDO COM A PALAVRA DE DEUS, DEVE SER REJEITADO – II Cor 11:4; Gl 1:8; Cl 2:18-23.
· Por isso, em nome de Jesus: - “EXAMINAI TUDO. RETENDE O BEM” – I Ts 5:21.


FONTES DE CONSULTA:

· Estudos Bíblicos Didaquê – Vol. XXXIII – Didaquê a Serviço do Reino;
· Lições Bíblicas CPAD – 4º Trimestre de 1989 – Comentarista: Estêvam Ângelo de Souza;
· Lições Bíblicas CPAD – 1º Trimestre de 1998 – Comentarista: Valdir Nunes Bícego

PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e.mail: geluew@yahoo.com.br
 

LIÇÃO Nº 11 - 14/03/2010 - "CARACTERÍSTICAS DE UM AUTÊNTICO LÍDER

LIÇÃO 11 - DIA 14/03/2010

TÍTULO: “CARACTERÍSTICAS DE UM AUTÊNTICO LÍDER”
TEXTO ÁUREO – II Cor 11:2
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: II Cor 10:12-16; 11:2-3, 4-5
PASTOR GERALDO CARNEIRO FILHO
e.mail: geluew@yahoo.com.br



I – INTRODUÇÃO:

• A liderança exige seguidores de confiança. A fé, no bom juízo e visão do cabeça de uma organização, durará somente enquanto o líder estiver dando à seus seguidores razões para nele confiar. A confiança tem suas raízes no caráter. É por isso que o caráter é central na liderança efetiva e autêntica. Os líderes autênticos que apresentam os mais nobres traços de caráter não precisam se manter no poder por força bruta ou engano.

II - TRAÇOS DO CARÁTER NO QUE DIZ RESPEITO A UM LÍDER AUTÊNTICO:

• Inicialmente, vejamos os significados das palavras CARÁTER e COMPORTAMENTO:

• CARÁTER = DISTINTIVO; MARCA. Às vezes, é entendido como a própria personalidade, o conjunto das qualidades (boas ou más) de um indivíduo. Vejamos no caso do cristão (I Pe 2:11-17 cf Mt 5:16).

• COMPORTAMENTO – É o conjunto de ações que identifica o homem com a vontade de Deus e o faz ser reconhecido como uma pessoa que traz benefícios ao seu próximo (I Cor 10:31-33; Cl 3:12-17).

• Posto isto, meditemos em algumas das características de um autêntico líder:

(1) – SANTIDADE:

• Lv 11.44; 19.2 - O alicerce da santidade do líder está no caráter do Deus que ele está representando. Se a descrição "homem de Deus" falha em representar a pessoa em comando, a organização cristã que ele lidera se sentirá mais livre para andar nas trevas.

• Is 6:1-5 - É improvável que Isaías usara uma linguagem mais violenta, impura ou blasfema do que seus contemporâneos. Porém, um sentimento de culpa tomou conta dele no ambiente santo que enchera o templo. Deus preparou Isaías para liderar, fazendo-o completamente miserável diante de sua natureza pecaminosa.

• I Pe 2:12 - A santidade, do ponto de vista humano, coincide com boa reputação. A importância da boa reputação de um líder é algo de conhecimento geral. Confiança é algo tão crucial, especialmente na liderança, que uma reputação manchada criará sérios problemas. Os apóstolos alistaram uma boa reputação como a primeira exigência para aqueles que haveriam de ocupar a função de liderança - At 6.3 cf I Tm 3:2; Tt 1:6 cf At 20.17-35.

• O líder autêntico precisa ser sensível ao pecado que outros possivelmente consideram aceitável, posto que o comportamento não apropriado para um líder torna a nova natureza dos filhos da luz em uma farsa (Ef 5.8).

(2) - CHEIO DO ESPÍRITO SANTO:

• At 6:3 – Este foi o segundo traço de caráter que os apóstolos solicitaram dos líderes que cuidavam da distribuição diária.

• Há alguma controvérsia com relação ao significado dessa frase: "Cheio do Espírito Santo". Mas é razoavelmente claro que significa três coisas:

• (A) – O LÍDER TORNOU-SE CORAJOSO E VALENTE – At 2 cf 4:8, 31; 7:54-60 - Liderança e um "espírito de medo" não se casam; timidez em um líder não é um sinal saudável – II Tm 1.7.

• (B) – O LÍDER TORNOU-SE ZELOSO E COM PODER EVANGELÍSTICO – At 8:6-7 - Filipe proclamava o nome Cristo com unção; demônios eram expulsos e milagres de curas eram realizados.

• Atualmente, não precisamos exigir dos líderes que realizem milagres, mas que tenham zelo por Deus, que é evidência clara da presença do Espírito.

• (C) – O LÍDER NÃO ESTÁ SOZINHO; TEM UM “ASSISTENTE DIVINO” – At 8:26-31; 13:7-10 - Sem o Espírito, será que Filipe deixaria o ministério frutífero em Samaria e viajaria à Gaza para falar de Cristo a uma só pessoa?! Ou será que Paulo teria exercido a coragem e o entendimento de desafiar Elimas para que o procônsul cresse no Senhor? Permanece de importância máxima que o líder saiba a mente do Senhor, antes de tomar decisões que afetem sua vida e a de outras pessoas.

(3) – SABEDORIA:

• At 6:1 - Os apóstolos reconheceram a importância de manter o amor mútuo e a unidade na Igreja. Consequentemente, eles formaram a base para um segundo nível de liderança: a "diaconia”. A sabedoria é a chave virtuosa entre as qualidades que os sete homens precisavam.

• Sabedoria significa mais do que mera inteligência. Enquanto esta refere-se à habilidade de resolver problemas de forma correta pelo uso da razão e experiência, aquela refere-se à inteligência divina.

• Isso explica a descrição de "sabedoria” que Tiago chama de terrena e natural - Tg 3.15 - que produz um "sentimento faccioso", o qual normalmente cria "inveja amargurada”.

Tg 3.17 cf I Cor 1:19-25 - A sabedoria lá do alto, por outro lado,...

• (1) - é "pura”, livre de contaminação facciosa; 

(2) - produz paz, em vez de contenda e disputa; 

• (3) - é "gentil", ou seja, preocupada com o sentimento dos outros; 

• (4) - é "razoável", disposta a ceder e a negociar. 

•  (5) - é "plena de misericórdia", mostrando seu amor a outros. 

•  (6) - "Bons frutos" caracterizam o resultado dessa sabedoria em ação. 

Enfim, sabedoria significa prontidão e perseverança, além da ausência de hipocrisia. Onde a "sabedoria" é usada, ações generosas e boas serão certamente encontradas.

• Um líder autêntico certamente demonstrará a sabedoria lá do alto, concedida pelo Espírito Santo de Deus àqueles que a buscam para si.

(4) – FÉ:

• At 6:5 – A "fé" não é alistada entre as qualidades daqueles que cuidariam do fundo de distribuição das viúvas. Porém, Estêvão é descrito como um "homem cheio de fé".

• At 7 - A fé de Estêvão excedera na forma que interpretou a história da salvação de Israel. Cada evento é entendido à luz da intervenção e do soberano controle do Senhor sobre os eventos passados; ele pode ver a glória de Deus independentemente dos planos assassinos dos judeus . Ele também pode ver Jesus assentado à direita de Deus e ter certeza que derrotas na Terra são vitórias no Céu.

• II Cor 1:8-9 - Paulo também não interpreta os eventos recentes em sua vida como marcas dos golpes vencedores do diabo. O apóstolo via a realidade pela lente da fé.

• Hb 11:6 - Deus nunca pode agradar-se de um líder que exerce autoridade em Seu Reino que não seja um homem de fé.


(5) – AMOR:

• Lc 9:23-24 - O "salvar a vida” por meio de “perdê-la” por Cristo e pelos necessitados não é mais algo popular, embora seja o ponto central daquilo que Jesus exige de Seus seguidores. O amor é mais importante no Novo Testamento do que os dons espirituais ou o conhecimento – I Cor 8:1; 13.

• Uma liderança sem amor é como um corpo sem o coração: Morta e sem sentido; ela promove vaidade, em vez de maturidade cristã – II Cor 5.14.

(6) – SERVILISMO:

• At 6:2 - Lembremos que para liberar os apóstolos para exercerem somente o trabalho espiritual, direcionou-se a busca por homens para "servirem às mesas".

• Um termo que Paulo usa constantemente para descrever sua própria função é "diácono" (servo). Em suas cartas, nenhum de seus companheiros é chamado de profeta, professor ou pastor, muito menos, ancião ou bispo. 

I Cor 3.5, 9; 16:15-16; II Cor 6.1, 4 - As designações mais usadas são: "cooperador", "irmão", "servo" e "apóstolo". Paulo usa diáconos (servos) em próxima relação à "obreiros" e "ministros". Paulo usa o termo "ministro (servo)" para enfatizar essa atitude humilde (I Cor 4:1).  Desta forma, os obreiros e os ministros são aqueles que tem se dedicado ao serviço dos santos.

Ef 4:11-12 - Os dons de apostolado, profecia, evangelista, pastor e mestre são distribuídos para a promoção e o treinamento de cristãos para o trabalho do ministério. Isso significa que nenhuma função na Igreja deve ser exercida sem um "espírito de serventia".


Esse é o tipo de liderança que precisamos hoje mais do que nunca: Um líder-servidor!

III - CONSIDERAÇÕES FINAIS:

• Apc 2:5 - Os efésios perderam seu primeiro amor devido à liderança defeituosa;

• Apc 3:1-3 - O estado moribundo da Igreja de Sardes foi a conseqüência da liderança pobre;

• Apc 3:13-20 - A condição morna da Igreja de Laodicéia foi o efeito natural de líderes orgulhosos e auto-suficientes que contagiaram a Igreja com o vírus mortal do mundanismo

• O caráter carnal da igreja de Corinto pode ser facilmente explicado pelo orgulho dos líderes da Igreja que substituíram Paulo, um servo humilde do Senhor. Seu exemplo e alertas foram insuficientes para implantar naquele lugar um espírito servil.

• Assim, nenhuma virtude bíblica deve ser premiada mais em um líder autêntico do que a vida santa, a sabedoria com discernimento, a plenitude do Espírito, o amor e um senso de servilidade equilibrado. Deus usa homens com esses perfis. Igrejas e organizações que notam que essas qualidades estão em falta em seu meio, necessitam clamar ao Senhor por avivamento.


FONTES DE CONSULTA:


• Kessler, Pr. Nemuel - “O que é liderança” – apostila
• Shedd, Russell Philip – “O líder que Deus usa: resgatando a liderança bíblica para a Igreja no novo milênio” - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova

CARACTERÍSTICAS DE UM AUTÊNTICO LÍDER

Lição 11
CARACTERÍSTICAS DE UM AUTÊNTICO LÍDER
Texto Áureo: II Co. 11.2 - Leitura Bíblica em Classe: II Co. 10.12-16; 11.2,3,5,6.

Pb. José Roberto A. Barbosa

Objetivo: Mostrar que uma liderança cristã autêntica é aquela que tem por objetivo maior servir a Deus e à sua Igreja.

INTRODUÇÃO
Muitos querem ocupar posição de liderança, mas não se dispõem a permanecer sob a direção divina. Na lição de hoje, estudaremos a respeito do valor da liderança cristã autêntica. Os falsos apóstolos dos tempos de Paulo eram também falsos líderes. Veremos que Paulo, na demonstração do seu amor e dedicação à igreja, sem interesses financeiros, é um exemplo de líder autêntico. Ao final, denunciaremos, a partir da epístola em foco, os falsos líderes que se aproveitam, como aqueles, da igreja do Senhor.

1. AINDA SOBRE OS FALSOS APÓSTOLOS
O evangelho de Jesus Cristo, para aqueles dados à mera racionalidade, não passa de loucura. Os falsos apóstolos queriam transformar o evangelho numa espécie de filosofia, um sistema racional, que fizesse sentido para os intelectuais. Em oposição a esses, Paulo pede aos irmãos que suportem mais sua loucura (II Co. 11.1). É nessa loucura que o Apóstolo demonstra seu zelo, não dele mesmo, mas de Deus, que o capacita a desejar apresentar a igreja como virgem pura ao esposo, a saber, Jesus Cristo (II Co. 11.2). Mas é preciso ter cuidado para que a igreja não seja enganada, com as falácias humanas e satânicas, com as quais Eva fora ludibriada (II Co. 11.3; Gn. 3.1-7,13). A mente cristã precisa estar alicerçada no evangelho de Cristo, para não ouvir outro evangelho, diferente daquele que os apóstolos pregaram (II Co. 11.4; Gl. 1.6-9). Tais evangelhos estão bastante em voga no tempo presente, haja vista as pregações e ensinamentos que enfatizam apenas a glória, e deixam de lado a crucificação de Cristo. Algumas igrejas evangélicas parecem ter vergonha da mensagem da cruz, Paulo, ao contrário, não se glória de outra revelação, senão esta, a de que Jesus morreu pelos pecadores. A esse respeito, ele não tinha motivo de se considerar inferior aos falsos apóstolos que pregavam doutrinas enganadoras entre os coríntios (II Co. 11.5). Isso porque o conhecimento de Paulo não advinha do raciocínio humano, mas do mistério de Deus revelado em Cristo (Cl. 1.26,27; Ef. 1.9; 3.1-6), os adversários de Paulo não tinham essa compreensão (II Co. 11.6; I Co. 1.2.10-13; At. 20.27).

2. A LIDERANÇA APOSTÓLICA DE PAULO
Como líder, Paulo tomou a decisão de viver humildemente, fez questão de não se tornar fardo financeiro para os crentes de Corinto. Em At. 18.1-4 está escrito que o Apóstolo trabalhava como fazedor de tendas, a fim de prover seu sustento. Para os gregos, os trabalhos manuais eram tidos como desonrosos. Enquanto isso, preferiam pagar aos seus pensadores para expressarem sua falsa retórica. Mas Paulo optou por anunciar o evangelho de Cristo gratuitamente, em condição de humilhação, para a exaltação do coríntios, pois seu interesse não era financeiro (II Co. 11.7,8). O Apóstolo não quis ser pesado a ninguém, por isso, chegou mesmo a passar por privações. Isso não quer dizer que Paulo nunca tenha recebido sustento financeiro das igrejas, na verdade, os filipenses ajudaram-no, contribuindo com seu sustento (Fp. 1.5; 4.10,14-18). Quando escreveu aos filipenses, ele se encontrava preso, por isso, estava inviabilizado de trabalhar. O ensinamento claro, nessa passagem, é que Paulo evitava se transformar em peso para os irmãos. Contraditoriamente, líderes de algumas igrejas evangélicas, especialmente os da Teologia da Ganância, e adeptos dos movimentos pós-pentecostais (que nada têm de neo-pentecostais), exploram o rebanho de Deus, a fim de satisfazerem suas vaidades pessoais. Paulo pregava por obrigação, e, por opção pessoal, por essa razão, preferia não receber sustento financeiro das igrejas (I Co. 9.15-18; II Co. 11.10-12). Ainda que essa era uma possibilidade aceitável, haja vista que o próprio Paulo defendeu a legitimidade do obreiro receber sustento (I Co. 9.3-14). Diante do contexto coríntio, para não ser confundido com os falsos apóstolos, Paulo preferiu não agir como aqueles obreiros fraudulentos, os quais, aparentavam ser apóstolos de Cristo. Esses, como Satanás, se transforma em anjo de luz, e, tal como este, terão o mesmo fim (II Co. 11.13-15; Rm. 2.6,8,9).

3. DENÚNCIA CONTRA OS FALSOS LÍDERES
Em sua denúncia contra os falsos lideres, Paulo pede aos irmãos, ironicamente, que “um pouco mais” o suportem, ainda que, para alguns, ele seja considerado insensato, isto é, louco. Mas, se assim for, o Apóstolo não tem receios de ser tachado desse modo, pois, de fato, os seguidores de Cristo somente podem se gloriar dessa loucura (II Co. 11.16,17). Os oponentes de Paulo se gloriavam de suas credenciais, do seu poder e prestígio. Para ele, tudo isso não passava de insensatez, ainda que, para defender-se perante os coríntios, precisou faz-lo (II Co. 11.18). Com essa afirmação, Paulo esta preparando os crentes coríntios para ouvirem seus testemunhos pessoais a respeito das suas credenciais apostólicas (II Co. 11.19). Ele considera uma pena ter de tomar essa atitude, pois era assim que os falsos apóstolos faziam a fim de escravizarem os irmãos. Os crentes coríntios toleravam, de bom grado, a opressão de tais que, metaforicamente, devoravam e esbofeteavam os irmãos, e que, além de tudo, chamavam Paulo de fraco por não agir do mesmo modo (II Co. 11.20,21). Em resposta a tudo isso, Paulo inicia uma “conversa insensata”, a fim de continuar sua defesa. Apresenta, para seus opositores, algumas das suas credenciais: como eles, também era hebreu (Fp. 3.5), descendente de Abraão Rm. 9.4,5; Gl. 3.6-18) e ministro de Cristo (At. 9.16), e reconhece que, para fazer essas declarações, está agindo como louco (II Co. 11.21-23; I Co. 1.11-16; 3.4-9, 21-22; 4.1). Nessa mesma linha, destaca: seus muitos trabalhos, prisões, açoites, perigos de mortes (II Co. 11.24,25; At. 16.19-40; At. 14.19), passando por inúmeras tribulações, especialmente as perseguições dos falsos irmãos, que se opunham ao evangelho (II Co. 11.26,27; Gl. 2.4). Além dessas circunstâncias adversas, pesava ainda sobre o Paulo a preocupação com todas as igrejas, isto é, o Apóstolo, em contraponto com os falsos líderes, se dispõe a sofrer pelos irmãos, e, a esse respeito, fala a verdade (II Co. 11.28-33), detalhando, historicamente, o que aconteceu em At. 9.23-25.

CONCLUSÃO
Para se defender das acusações dos falsos mestres, Paulo, como líder sincero do Senhor, apresenta suas credenciais. Ele considera que esse tipo de argumento, necessário nesse momento, não passa de insensatez, por essa razão, revela insatisfação no detalhamento de suas experiências apostólicas. Isso, porém, não deva ser tomado como regra, pois, para o Apóstolo, o orgulho e a auto-exaltação para nada servem, senão para a exposição da vaidade pessoal. O líder comprometido com o evangelho de Cristo se porta com amor perante as ovelhas, sabe que não é um mero administrador de uma empresa, mas um pastor do rebanho, do qual prestará contas ao Senhor (At. 20.17-38).

BIBLIOGRAFIA
HORTON, S. I e II Coríntios. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
KRUSE, C. II Coríntios: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1999.

Igreja: Identidade e Símbolos


Cúpula da Igreja de Pammakaristos
O termo grego ekklēsia procede da justaposição da preposição ek (fora de) com o verbo καλέω (chamar). Na antiga Hélade, referia-se à reunião ou assembléia da polis ateniense, convocada pelo arauto (κηρυξ). A ekklēsia reunida na ágora representava o zênite da democracia da cidade-Estado. A função da assembléia era política, judicial, cultural, estrategista e social, e não necessariamente religiosa, como aparece até mesmo nos livros apócrifos de Judite, Macabeus e Eclesiástico.

Todavia, o sentido religioso encontrado nas epístolas neotestamentárias deve-se à evolução diacrônica do sintagma a partir da tradução das Escrituras hebréias para o grego comum da Septuaginta. Ekklēsia fora empregada inúmeras vezes para traduzir os vocábulos hebraicos ēdâh e qāhāl, cujo sentido é “congregação”, ou “assembléia” em diversas passagens veterotestamentárias. Pelo fato de essas palavras designarem, juntamente com o substantivo ‘ām, o “povo”, a “congregação”, ou a “assembléia” reunida na presença de Yahweh, ekklēsia desloca-se do sentido secular grego para assumir entre os judeus da diáspora significado sacro, com o qual os piedosos judeus-helenistas passaram a designar o povo da aliança e a assembléia santa de Yahweh (Judite 6.14-12; 1 Macabeus 3.13). Apesar de haver uma estreita relação semântica entre ekklēsia e synagogē, o primeiro vocábulo se impôs como terminus technicus não somente nas páginas do Novo Testamento, mas também após o fechamento do cânon das Escrituras Sagradas.

De modo geral, os hagiógrafos neotestamentários empregaram ekklēsia para designar tanto a “comunidade dos redimidos”, ou igreja universal, como a “comunidade das origens”, ou igrejas locais. A primeira, designada como “igreja mística”, é católica, una e Corpo de Cristo, formada por todos os salvos. A segunda, intitulada “igreja local”, é antropológica, histórica e cultural, composta inicialmente por judeus palestinenses e judeus helenistas e, mais tarde, pela ekklēsiai tōn ethnōn, igreja dos gentios ou das nações. Ela é mística, universal e também antropológica e local.

Enquanto a igreja primitiva estava ligada aos cristãos judeus em Jerusalém, freqüentava o Templo e as sinagogas para o culto, orações e homilias. A parênese de Tiago, escrita possivelmente na década de 40 d.C., e, portanto, um escrito pré-paulino, é um dos mais antigos testemunhos da “Igreja da Circuncisão”.

Nesse escrito, o termo synagogē em 2.2 é usado numa ocasião em que a ekklēsia cristã palestinense ainda não havia se afastado definitivamente dos costumes e da adoração sinagogal e templária. Razão pela qual em 1.1 e 5.14, a ekklēsia é identificada com as “doze tribos da dispersão”, expressão que designa a igreja como o novo povo de Deus.

Embora nos Atos dos Apóstolos o vocábulo seja usado com diversos matizes, prevalece o sentido de “comunidade redimida” e “comunidade local”. No corpus paulinum, ekklēsia aparece como “igreja universal e mística”, e “igreja local e domésticas”. As igrejas locais e domésticas são comunidades de crentes compostas por diversas etnias que viviam espalhadas no contexto citadino da Ásia Menor. A relação entre a igreja doméstica e sua liderança carismática era tão íntima, que provocou entre os biblicistas uma controvérsia a respeito da identidade da eklektē kyria na 2 Epístola de João. Na verdade, o estenógrafo dirige-se tanto a senhora eleita quanto à comunidade a qual, possivelmente, ela lidera. Em todo epistolário paulino, as igrejas locais, domésticas e citadinas são identificadas como pertencentes à comunidade universal dos remidos, cujos símbolos são: Corpo de Cristo, Templo de Deus, Noiva de Cristo, Família de Deus, Coluna e Baluarte da Verdade, Casa de Deus, Virgem Pura. Esses símbolos descrevem a unidade da igreja em toda sua diversidade. Todavia, escrevendo à igreja da Síria, a fim de ratificar a separação daquela comunidade com a sinagoga, Mateus apresenta o Senhor Jesus como o oikodespotēs, ou Edificador da Igreja. A figura e apostolado de Pedro, o “homem-confessante” ou “homem-rocha”, é secundário diante daquele que edifica e sustenta a Igreja universal no logion 16.18, ou daquele que instrui a igreja local em 18.17.
Mesmo que modernamente o vocábulo ekklēsia seja empregado para designar as denominações, a identidade histórico-doutrinária de uma comunidade cristã, o templo, e até mesmo algumas organizações heréticas, permanece o sentido bíblico, teológico e insofismável de que a Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo, instituída no dia de Pentecostes pelo derramamento do Espírito Santo, é a comunidade universal, corpo glorioso e místico de Cristo composta por homens e mulheres regenerados de todas as raças e línguas que corresponderam positivamente à pregação do Evangelho, e confessam e servem a Cristo como único suficiente Senhor e Salvador.
(Síntese de nossa mais nova obra "Igreja: Identidade e símbolo". Lançamento ainda nesse semestre pela CPAD).

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