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Doutrinas Básicas - da Igreja Evangélica Assembléia de Deus


A Igreja
"Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre
esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela”(Mt 16.18)
    A palavra grega ekklesia (igreja), literalmente,
refere-se à reunião de um povo, por convocação
(gr. ekkaleo). No NT, o termo designa principalmente o conjunto
do povo de Deus em Cristo, que se reúne como cidadãos
do reino de Deus (Ef 2.19), com o propósito de adorar a
Deus. A palavra “igreja”pode referir-se a uma igreja
local (Mt 18.17; At 15.4) ou à igreja no sentido universal
(16.18; At 20.28; Ef 2.21, 22).

(1) A igreja é apresentada como o povo de Deus (1Co 1.2;
10.32; 1Pe 2.4-10), o agrupamento dos crentes redimidos como fruto
da morte de Cristo (1Pe .18,19). É um povo peregrino que
já não pertence a esta terra (Hb 13.12-14), cujo
primeiro dever é viver e cultivar uma comunhão real
e pessoal com Deus (1Pe 2.5; ver Hb 11.6 nota).
(2) A igreja foi chamada para deixar o mundo e ingressar no reino
de Deus. A separação do mundo é parte inerente
da natureza da igreja e a recompensa disso é ter o Senhor
por Deus e Pai (2Co 6.16-18).

(3) A igreja é o templo de Deus e do Espírito Santo
(1Co 3.16; 2Co 6.14-7.1; Ef 2.11-22; 1Pe 2.4-10). Este fato, no
tocante à igreja, requer dela separação da
iniqüidade e da imoralidade.
(4) A igreja é o corpo de Cristo (1Co 6.15,16; 10.16,17;
12.12-27). Isto indica que não pode existir igreja verdadeira
sem união vital dos seus membros com Cristo. A cabeça
do corpo é Cristo (Cl 1.18; Ef 1.22; 4.15; 5.23).
(5) A igreja é a noiva de Cristo (2Co 11.2; Ef 5.23-27;
Ap 19.7-9). Este conceito nupcial enfatiza tanto a lealdade, devoção
e fidelidade da igreja a Cristo, quanto o amor de Cristo à sua
igreja e sua comunhão com ela.
(6) A igreja é uma comunhão (gr. koinonia) espiritual
(2Co 13.14; Fp 2.1). Isto inclui a habitação nela
do Espírito Santo (Lc 11.13; Jo 7.37-39; 20.22), a unidade
do Espírito (Ef 4.4) e o batismo com o Espírito (At
1.5; 2.4; 8.14-17; 10.44; 19.1-7). Esta comunhão deve ser
uma demonstração visível do mútuo amor
e cuidado entre os irmãos (Jo 13.34,35).
(7) A igreja é um ministério (gr. diakonia) espiritual.
Ela ministra por meio de dons (gr. charismata) outorgados pelo
Espírito Santo (Rm 12.6; 1Co 1.7; 12.4-11, 20-31; Ef 4.11).
(8) A igreja é um exército engajado num conflito
espiritual, batalhando com a espada e o poder do Espírito
(Ef 6.17). Seu combate é espiritual, contra Satanás
e o pecado. O Espírito que está na igreja e a enche, é qual
guerreiro manejando a Palavra viva de Deus, libertando as pessoas
do domínio de Satanás e anulando todos os poderes
das trevas (At 26.18; Hb 4.12; Ap 1.16; 2.16; 19.15, 21).
(9) A igreja é a coluna e o fundamento da verdade (1Tm
3.15), funcionando, assim, como o alicerce que sustenta uma construção.
    A igreja deve sustentar a verdade e conservá-la íntegra,
defendendo-a contra os deturpadores e os falsos mestres (Fp 1.17;
Jd 3).
(10) A igreja é um povo possuidor de uma esperança
futura. Esta esperança tem por centro a volta de Cristo
para buscar o seu povo (Jo 14.3; 1Tm 6.14; 2Tm 4.8; Tt 2.13; Hb
9.28).
(11) A igreja é tanto invisível como visível.
(a) A igreja invisível é o conjunto dos crentes verdadeiros,
unidos por sua fé viva em Cristo. (b) A igreja visível
consiste de congregações locais, compostas de crentes
vencedores e fiéis (Ap 22.11, 17, 26), bem como de crentes
professos, porém falsos (Ap 2.2); “caídos”(Ap
2.5); espiritualmente "mortos”(Ap 3.1); e “mornos”(Ap
3.16; Mt 13.24; At 12.5).



Os Pastores e Seus Deveres
“Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre
que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes
a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.”(At
20.28)

    Nenhuma igreja poderá funcionar
sem dirigentes para dela cuidar. Logo, conforme 14.23, a congregação
local, cheia do Espírito, buscando a direção
de Deus em oração e jejum, elegiam certos irmãos
para o cargo de presbítero ou bispo de acordo com as qualificações
espirituais estabelecidas pelo Espírito Santo em 1Tm 3.1-7;
Tt 1.5-9. Na realidade é o Espírito que constitui
o dirigente de igreja. O discurso de Paulo diante dos presbíteros
de Éfeso (20.17-35) é um trecho básico quanto
a princípios bíblicos sobre o exercício do
ministério de pastor de uma igreja local.

Propagando a Fé
(1)   Um dos deveres principais do dirigente é alimentar
as ovelhas mediante o ensino da Palavra de Deus. Ele deve ter sempre
em mente que o rebanho que lhe foi entregue é a congregação
de Deus, que Ele comprou para si com o sangue precioso do seu Filho
amado (cf. 20.28; 1Co 6.20; 1Pe 1.18,19; Ap 5.9). (2) Em 20.19-27,
Paulo descreve de que maneira serviu como pastor da igreja de Éfeso;
tornou patente toda a vontade de Deus, advertindo e ensinando fielmente
os cristãos efésios (20.27). Daí, ele poder
exclamar: “estou limpo do sangue de todos”(20.26; ver
nota). Os pastores de nossos dias também devem instruir
suas igrejas em todo o desígnio de Deus. Que “pregues
a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas,
exortes, com toda a longanimidade e doutrina”(2Tm 4.2) e
nunca ministrar para agradar os ouvintes, dizendo apenas aquilo
que estes desejam ouvir (2Tm 4.3).
(2)    
Guardando a Fé
    Além de alimentar o rebanho de
Deus, o verdadeiro pastor deve diligentemente resguardá-lo
de seus inimigos. Paulo sabe que no futuro Satanás levantará falsos
mestres dentro da própria igreja, e, também, falsários
vindos de fora, infiltrar-se-ão e atingirão o rebanho
com doutrinas antibíblicas, conceitos mundanos e idéias
pagãs e humanistas. Os ensinos e a influência destes
dois tipos de elementos arruinarão a fé bíblica
do povo de Deus. Paulo os chama de “lobos cruéis”,
indicando que são fortes, difíceis de subjugar, insaciáveis
e perigosos (ver 20.29 nota; cf. Mt 10.16). Tais indivíduos
desviarão as pessoas dos ensinos de Cristo e os atrairão
a si mesmos e ao seu evangelho distorcido. O apelo veemente de
Paulo (20.28-31) impõe uma solene obrigação
sobre todos os obreiros da igreja, no sentido de defendê-la
e opôr-se aos que distorcem a revelação original
e fundamental da fé, segundo o NT.
(1) A igreja verdadeira consiste somente daqueles que, pela graça
de Deus e pela comunhão do Espírito Santo, são
fiéis ao Senhor Jesus Cristo e à Palavra de Deus.
Por isso, é de grande importância na preservação
da pureza da igreja de Deus que os seus pastores mantenham a disciplina
corretiva com amor (Ef 4.15), e reprovem com firmeza (2Tm 4.1-4;
Tt 1.9-11) quem na igreja fale coisas perversas contrárias à Palavra
de Deus e ao testemunho apostólico (20.30).
(2) Líderes eclesiásticos, pastores de igrejas locais
e dirigentes administrativos da obra devem lembrar-se de que o
Senhor Jesus os têm como responsáveis pelo sangue
de todos os que estão sob seus cuidados (20.26,27; cf. Ez
3.20,21). Se o dirigente deixar de ensinar e pôr em prática
todo o conselho de Deus para a igreja (20.27), principalmente quanto à vigilância
sobre o rebanho (20.28), não estará “limpo
do sangue de todos”(20.26; Ez 34.1-10). Deus o terá por
culpado do sangue dos que se perderem, por ter ele deixado de proteger
o rebanho contra os falsificadores da Palavra (2Tm 1.14; Ap 2.2).
(3) É altamente importante que os responsáveis pela
direção da igreja mantenham a ordem quanto a assuntos
teológicos doutrinários e morais na mesma. A pureza
da doutrina bíblica e de vida cristã deve ser zelosamente
mantida nas faculdades evangélicas, institutos bíblicos,
seminários, editoras e demais segmentos administrativos
da igreja (2Tm 1.13,14).
(4) A questão principal aqui é nossa atitude para
com as Escrituras divinamente inspiradas, que Paulo chama a “palavra
da sua graça”(20.32). Falsos mestres, pastores e líderes
tentarão enfraquecer a autoridade da Bíblia através
de seus ensinos corrompidos e princípios antibíblicos.
Ao rejeitarem a autoridade absoluta da Palavra de Deus, negam que
a Bíblia é verdadeira e fidedigna em tudo que ela
ensina (20.28-31; Gl 1.6; 1Tm 4.1; 2Tm 3.8). A bem da igreja de
Deus, tais pessoas devem ser excluídas da comunhão
(2Jo 9-11; ver Gl 1.9).
(5) A igreja que perde o zelo ardente do Espírito Santo
pela sua pureza (20.18-35), que se recusa a tomar posição
firme em prol da verdade e que se omite em disciplinar os que minam
a autoridade da Palavra de Deus, logo deixará de existir
como igreja neotestamentária (12.5).




Qualificações Morais do Pastor
“Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja
o episcopado, excelente obra deseja. Convém, pois, que o
bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante,
sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar.”(1Tm
3.1,2)

    Se algum homem deseja ser “bispo”(gr.
episkopos, i.e., aquele que tem sobre si a responsabilidade pastoral,
o pastor), deseja um encargo nobre e importante (3.1). É necessário,
porém, que essa aspiração seja confirmada
pela Palavra de Deus (3.1-10; 4.12) e pela igreja (3.10), porque
Deus estabeleceu para a igreja certos requisitos específicos.
Quem se disser chamado por Deus para o trabalho pastoral deve ser
aprovado pela igreja segundo os padrões bíblicos
de 3.1-13; 4.12; Tt 1.5-9. Isso significa que a igreja não
deve aceitar pessoa alguma para a obra ministerial tendo por base
apenas seu desejo, sua escolaridade, sua espiritualidade, ou porque
essa pessoa acha que tem visão ou chamada. A igreja da atualidade
não tem o direito de reduzir esses preceitos que Deus estabeleceu
mediante o Espírito Santo. Eles estão plenamente
em vigor e devem ser observados por amor ao nome de Deus, ao seu
reino e da honra e credibilidade da elevada posição
de ministro.
(1) Os padrões bíblicos do pastor, como vemos aqui,
são principalmente morais e espirituais. O caráter íntegro
de quem aspira ser pastor de uma igreja é mais importante
do que personalidade influente, dotes de pregação,
capacidade administrativa ou graus acadêmicos. O enfoque
das qualificações ministeriais concentra-se no comportamento
daquele que persevera na sabedoria divina, nas decisões
acertadas e na santidade devida. Os que aspiram ao pastorado sejam
primeiro provados quanto à sua trajetória espiritual
(cf. 3.10). Partindo daí, o Espírito Santo estabelece
o elevado padrão para o candidato, i.e., que ele precisa
ser um crente que se tenha mantido firme e fiel a Jesus Cristo
e aos seus princípios de retidão, e que por isso
pode servir como exemplo de fidelidade, veracidade, honestidade
e pureza. Noutras palavras, seu caráter deve demonstrar
o ensino de Cristo em Mt 25.21 de que ser “fiel sobre o pouco”conduz à posição
de governar “sobre o muito”.
(2) O líder cristão deve ser, antes de qualquer
coisa, “exemplo dos fiéis”(4.12; cf. 1Pe 5.3).
Isto é: sua vida cristã e sua perseverança
na fé podem ser mencionadas perante a congregação
como dignas de imitação.
(a) Os dirigentes devem manifestar o mais digno exemplo de perseverança
na piedade, fidelidade, pureza em face à tentação,
lealdade e amor a Cristo e ao evangelho (4.12,15).

(b) O povo de Deus deve aprender a ética cristã e a verdadeira
piedade, não somente pela Palavra de Deus, mas também
pelo exemplo dos pastores que vivem conforme os padrões bíblicos.
O pastor deve ser alguém cuja fidelidade a Cristo pode ser tomada
como padrão ou exemplo (1Co 11.1; Fp 3.17; 1Ts 1.6; 2Ts 3.7,9;
2Tm 1.13).

(3) O Espírito Santo acentua grandemente a liderança
do crente no lar, no casamento e na família (3.2,4,5; Tt
1.6). Isto é: o obreiro deve ser um exemplo para a família
de Deus, especialmente na sua fidelidade à esposa e aos
filhos. Se aqui ele falhar, como “terá cuidado da
igreja de Deus?”(3.5). Ele deve ser “marido de uma
[só] mulher”(3.2). Esta expressão denota que
o candidato ao ministério pastoral deve ser um crente que
foi sempre fiel à sua esposa. A tradução literal
do grego em 3.2 (mias gunaikos, um genitivo atributivo) é “homem
de uma única mulher”, i.e., um marido sempre fiel à sua
esposa.
(4) Conseqüentemente, quem na igreja comete graves pecados
morais, desqualifica-se para o exercício pastoral e para
qualquer posição de liderança na igreja local
(cf. 3.8-12). Tais pessoas podem ser plenamente perdoadas pela
graça de Deus, mas perderam a condição de
servir como exemplo de perseverança inabalável na
fé, no amor e na pureza (4.11-16; Tt 1.9). Já no
AT, Deus expressamente requereu que os dirigentes do seu povo fossem
homens de elevados padrões morais e espirituais. Se falhassem,
seriam substituídos (Gn 9.4; Lv 10.2; 21.7,17; Nm 20.12;
1Sm 2.23; Jr 23.14; 29.23).
(5) A Palavra de Deus declara a respeito do crente que venha a
adulterar que “o seu opróbrio nunca se apagará”(Pv
6.32,33). Isto é, sua vergonha não desaparecerá.
Isso não significa que nem Deus nem a igreja perdoará tal
pessoa. Deus realmente perdoa qualquer pecado enumerado em 3.1-13,
se houver tristeza segundo Deus e arrependimento por parte da pessoa
que cometeu tal pecado. O que o Espírito Santo está declarando,
porém, é que há certos pecados que são
tão graves que a vergonha e a ignomínia (i.e., o
opróbrio) daquele pecado permanecerão com o indivíduo
mesmo depois do perdão (2Sm 12.9-14).
(6) Mas o que dizer do rei Davi? Sua continuação
como rei de Israel, a despeito do seu pecado de adultério
e de homicídio (2Sm 11.1-21; 12.9-15) é vista por
alguns como uma justificativa bíblica para a pessoa continuar à frente
da igreja de Deus, mesmo tendo violado os padrões já mencionados.
Essa comparação, no entanto, é falha por vários
motivos. (a) O cargo de rei de Israel do AT, e o cargo de ministro
espiritual da igreja de Jesus Cristo, segundo o NT, são
duas coisas inteiramente diferentes. Deus não somente permitiu
a Davi, mas, também a muitos outros reis que foram extremamente ímpios
e perversos, permanecerem como reis da nação de Israel.
A liderança espiritual da igreja do NT, sendo esta comprada
com o sangue de Jesus Cristo, requer padrões espirituais
muito mais altos. (b) Segundo a revelação divina
no NT e os padrões do ministério ali exigidos, Davi
não teria as qualificações para o cargo de
pastor de uma igreja do NT. Ele teve diversas esposas, praticou
infidelidade conjugal, falhou grandemente no governo do seu próprio
lar, tornou-se homicida e derramou muito sangue (1Cr 22.8; 28.3).
Observe-se também que por ter Davi, devido ao seu pecado,
dado lugar a que os inimigos de Deus blasfemassem, ele sofreu castigo
divino pelo resto da sua vida (2Sm 12.9-14).
(7) As igrejas atuais não devem, pois, desprezar as qualificações
justas exigidas por Deus para seus pastores e demais obreiros,
conforme está escrito na revelação divina. É dever
de toda igreja orar por seus pastores, assisti-los e sustentá-los
na sua missão de servirem como “exemplo dos fiéis,
na palavra, no trato, na caridade, no espírito, na fé,
na pureza”(4.12).




O Batismo no Espírito Santo
“Porque, na verdade, João batizou com água,
mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não
muito depois destes dias”(At 1.5)

    Uma das doutrinas principais das Escrituras é o
batismo no Espírito Santo. A respeito do batismo no Espírito
Santo, a Palavra de Deus ensina o seguinte:
(1) O batismo no Espírito é para todos que professam
sua fé em Cristo; que nasceram de novo, e, assim, receberam
o Espírito Santo para neles habitar.
(2) Um dos alvos principais de Cristo na sua missão terrena
foi batizar seu povo no Espírito (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16;
Jo 1.33). Ele ordenou aos discípulos não começarem
a testemunhar até que fossem batizados no Espírito
Santo e revestidos do poder do alto (Lc 24.49; At 1.4,5,8).
(3) O batismo no Espírito Santo é uma obra distinta
e à parte da regeneração, também por
Ele efetuada. Assim como a obra santificadora do Espírito é distinta
e completiva em relação à obra regeneradora
do mesmo Espírito, assim também o batismo no Espírito
complementa a obra regeneradora e santificadora do Espírito.
No mesmo dia em que Jesus ressuscitou, Ele assoprou sobre seus
discípulos e disse: “Recebei o Espírito Santo”(Jo
20.22), indicando que a regeneração e a nova vida
estavam-lhes sendo concedidas. Depois, Ele lhes disse que também
deviam ser “revestidos de poder”pelo Espírito
Santo (Lc 24.49; cf. At 1.5,8). Portanto, este batismo é uma
experiência subseqüente à regeneração.
(4) Ser batizado no Espírito significa experimentar a plenitude
do Espírito, (cf. 1.5; 2.4). Este batismo teria lugar somente
a partir do dia de Pentecoste. Quanto aos que foram cheios do Espírito
Santo antes do dia de Pentecoste (e.g. Lc 1.15,67), Lucas não
emprega a expressão “batizados no Espírito
Santo”. Este evento só ocorreria depois da ascensão
de Cristo (1.2-5; Lc 24.49-51, Jo 16.7-14).
(5) O livro de Atos descreve o falar noutras línguas como
o sinal inicial do batismo no Espírito Santo (2.4; 10.45,46;
19.6).

(6) O batismo no Espírito Santo outorgará ao crente
ousadia e poder celestial para este realizar grandes obras em nome
de Cristo e ter eficácia no seu testemunho e pregação
(cf. 1.8; 2.14-41; 4.31; 6.8; Rm 15.18,19; 1Co 2.4). Esse poder
não se trata de uma força impessoal, mas de uma manifestação
do Espírito Santo, na qual a presença, a glória
e a operação de Jesus estão presentes com
seu povo (Jo 14.16-18; 16.14; 1Co 12.7).
(7) Outros resultados do genuíno batismo no Espírito
Santo são: (a) mensagens proféticas e louvores (2.4,
17; 10.46; 1Co 14.2,15); (b) maior sensibilidade contra o pecado
que entristece o Espírito Santo, uma maior busca da retidão
e uma percepção mais profunda do juízo divino
contra a impiedade (ver Jo 16.8; At 1.8); (c) uma vida que glorifica
a Jesus Cristo (Jo 16.13,14; At 4.33); (d) visões da parte
do Espírito (2.17); (e) manifestação dos vários
dons do Espírito Santo (1Co 12.4-10); (f) maior desejo de
orar e interceder (2.41,42; 3.1; 4.23-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26);
(g) maior amor à Palavra de Deus e melhor compreensão
dela (Jo 16.13; At 2.42) e (h) uma convicção cada
vez maior de Deus como nosso Pai (At 1.4; Rm 8.15; Gl 4.6).
(8) A Palavra de Deus cita várias condições
prévias para o batismo no Espírito Santo. (a) Devemos
aceitar pela fé a Jesus Cristo como Senhor e Salvador e
apartar-nos do pecado e do mundo (2.38-40; 8.12-17). Isto importa
em submeter a Deus a nossa vontade (“àqueles que lhe
obedecem”, 5.32). Devemos abandonar tudo o que ofende a Deus,
para então podermos ser “vaso para honra, santificado
e idôneo para o uso do Senhor”(2Tm 2.21). (b) É preciso
querer o batismo. O crente deve ter grande fome e sede pelo batismo
no Espírito Santo (Jo 7.37-39; cf. Is 44.3; Mt 5.6; 6.33).
(c) Muitos recebem o batismo como resposta à oração
neste sentido (Lc 11.13; At 1.14; 2.1-4; 4.31; 8.15,17). (d) Devemos
esperar convictos que Deus nos batizará no Espírito
Santo (Mc 11.24; At 1.4,5).
(9) O batismo no Espírito Santo permanece na vida do crente
mediante a oração (4.31), o testemunho (4.31, 33),
a adoração no Espírito (Ef 5.18,19) e uma
vida santificada (ver Ef 5.18 notas). Por mais poderosa que seja
a experiência inicial do batismo no Espírito Santo
sobre o crente, se ela não for expressa numa vida de oração,
de testemunho e de santidade, logo se tornará numa glória
desvanecente.
(10) O batismo no Espírito Santo ocorre uma só vez
na vida do crente e move-o à consagração à obra
de Deus, para, assim, testemunhar com poder e retidão. A
Bíblia fala de renovações posteriores ao batismo
inicial do Espírito Santo (ver 4.31 nota; cf. 2.4; 4.8,
31; 13.9; Ef 5.18). O batismo no Espírito, portanto, conduz
o crente a um relacionamento com o Espírito, que deve ser
renovado (4.31) e conservado (Ef 5.18).



O Falar em Línguas
“E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram
a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo
lhes concedia que falassem”(At 2.40)

    O falar noutras línguas, ou a glossolália
(gr. glossais lalo), era entre os crentes do NT, um sinal da parte
de Deus para evidenciar o batismo no Espírito Santo ( 2.4;
10.45-47; 19.6). Esse padrão bíblico para o viver
na plenitude do Espírito continua o mesmo para os dias de
hoje.

O verdadeiro falar em línguas
(1) As línguas como manifestação do Espírito.
Falar noutras línguas é uma manifestação
sobrenatural do Espírito Santo, i.e., uma expressão
vocal inspirada pelo Espírito, mediante a qual o crente
fala numa língua (gr. glossa) que nunca aprendeu (2.4; 1Co
14.14,15). Estas línguas podem ser humanas, i.e., atualmente
faladas (2.6), ou desconhecidas na terra (cf. 1Co 13.1). Não é “fala
extática”, como algumas traduções afirmam,
pois a Bíblia nunca se refere à “expressão
vocal extática”para referir-se ao falar noutras línguas
pelo Espírito.
(2) Línguas como sinal externo inicial do batismo no Espírito
Santo. Falar noutras línguas é uma expressão
verbal inspirada, mediante a qual o espírito do crente e
o Espírito Santo se unem no louvor e/ou profecia. Desde
o início, Deus vinculou o falar noutras línguas ao
batismo no Espírito Santo (2.4), de modo que os primeiros
120 crentes no dia do Pentecoste, e os demais batizados a partir
de então, tivessem uma confirmação física
de que realmente receberam o batismo no Espírito Santo (cf.
10.45,46). Desse modo, essa experiência podia ser comprovada
quanto a tempo e local de recebimento. No decurso da história
da igreja, sempre que as línguas como sinal foram rejeitadas,
ou ignoradas, a verdade e a experiência do Pentecoste foram
distorcidas, ou totalmente suprimidas.
(3) As línguas como dom. Falar noutras línguas também é descrito
como um dos dons concedidos ao crente pelo Espírito Santo
(1Co 12.4-10). Este dom tem dois propósitos principais:
(a) O falar noutras línguas seguido de interpretação,
também pelo Espírito, em culto público, como
mensagem verbal à congregação para sua edificação
espiritual (1Co 14.5,6,13-17). (b) O falar noutras línguas
pelo crente para dirigir-se a Deus nas suas devoções
particulares e, deste modo, edificar sua vida espiritual (1Co 14.4).
Significa falar ao nível do espírito (14.2,14), com
o propósito de orar (14.2,14,15,28), dar graças (14.16,17)
ou cantar (14.15; 1Co 14).

Outras línguas porém falsas
    O simples fato de alguém falar “noutras
línguas”, ou exercitar outra manifestação
sobrenatural não é evidência irrefutável
da obra e da presença do Espírito Santo. O ser humano
pode imitar as línguas estranhas como o fazem os demônios.
A Bíblia nos adverte a não crermos em todo espírito,
e averiguarmos se nossas experiências espirituais procedem
realmente de Deus (1Jo 4.1)
(1) Somente devemos aceitar as línguas se elas procederem
do Espírito Santo, como em 2.4. Esse fenômeno, segundo
o livro de Atos, deve ser espontâneo e resultado do derramamento
inicial do Espírito Santo. Não é algo aprendido,
nem ensinado, como, por exemplo, instruir crentes a pronunciar
sílabas sem nexo.
(2) O Espírito Santo nos adverte claramente que nestes últimos
dias surgirá apostasia dentro da igreja (1Tm 4.1,2); sinais
e maravilhas operados por Satanás (Mt 7.22,23; 2Ts 2.9)
e obreiros fraudulentos que fingem ser servos de Deus (2Pe 2.1,2).
(3) Se alguém afirma que fala noutras línguas, mas
não é dedicado a Jesus Cristo, nem aceita a autoridade
das Escrituras, nem obedece à Palavra de Deus, qualquer
manifestação sobrenatural que nele ocorra não
provém do Espírito Santo (1 Jo 3.6-10; 4.1-3; Gl
1.9; Mt 24.11-24, Jo 8.31).



Provas do Genuíno Batismo no Espírito Santo
“E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito
Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que
eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro,
maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse
também sobre os gentios.”(At 10.44,45)

    As Escrituras ensinam que o crente deve
examinar e provar tudo o que se apresenta como sendo da parte de
Deus (1Ts 5.21; cf. 1Co 14.29). “Amados, não creiais
em todo espírito, mas provai se os espíritos são
de Deus”(1Jo 4.1). Seguem-se alguns princípios bíblicos
para provar ou testar se é de Deus um caso declarado de
batismo no Espírito Santo.

(1) O autêntico batismo no Espírito Santo levará a
pessoa a amar, exaltar e glorificar a Deus Pai e ao Senhor Jesus
Cristo mais do que antes (ver Jo 6.13,14; At 2.11,36; 10.44-46).
(2) O verdadeiro batismo no Espírito Santo aumentará a
convicção da nossa filiação com o Pai
celestial (1.4; Rm 8.15,16), levará a uma maior percepção
da presença de Cristo em nossa vida diária (Jo 14.16,
23; 15.26) e aumentará o clamor da alma “Aba, Pai”!
(Rm 8.15; Gl 4.6). Por sua vez, um batismo no Espírito Santo
que não leva a uma maior comunhão com Cristo e a
uma mais intensa comunhão com Deus como nosso Pai não
vem dEle.
(3) O real batismo no Espírito Santo aumentará nosso
amor e apreço pelas Escrituras. O Espírito da verdade
(Jo 14.17), que inspirou as Escrituras (2Tm 3.16; 2Pe 1.20,21),
aprofundará nosso amor à verdade da Palavra de Deus
(Jo 16.13; At 2.42; 3.22; 1Jo 4.6). Por outro lado, qualquer suposto
batismo no Espírito que diminui nosso interesse em ler a
Palavra de Deus e cumpri-la, não provém de Deus.
(4) O real batismo no Espírito Santo aprofundará nosso
amor pelos demais seguidores de Cristo e a nossa preocupação
pelo seu bem-estar (2.38, 44-46; 4.32-35). A comunhão e
fraternidade cristãs, de que nos fala a Bíblia, somente
podem existir através do Espírito (2Co 13.13).
(5) O genuíno batismo no Espírito Santo deve ser
precedido de abandono do pecado e de completa obediência
a Cristo (2.38). Ele será conservado quando continuamos
na santificação do Espírito Santo (2.40; 2Ts
2.13; Rm 8.13; Gl 5.16,17). Daí, qualquer suposto batismo,
em que a pessoa não foi liberta do pecado, continuando a
viver segundo a vontade da carne, não pode ser atribuído
ao Espírito Santo (2.40; 8.18-21; Rm 8.2-9). Qualquer poder
sobrenatural manifesto em tal pessoa trata-se de atividade enganadora
de Satanás (cf. Sl 5.4,5).
(6) O real batismo no Espírito Santo fará aumentar
o nosso repúdio às diversões pecaminosas e
prazeres ímpios deste mundo, refreando-nos a busca egoísta
de riquezas e honrarias terrenas (20.33; 1Co 2.12; Rm 12.16; Pv
11.28).

(7) O genuíno batismo no Espírito Santo nos trará mais
desejo e poder para testemunhar da obra redentora do Senhor Jesus
Cristo (ver Lc 4.18; At 1.8; 2.38-41; 4.8-20; Rm 9.1-3; 10.1).
Inversamente, qualquer suposto batismo no Espírito que não
resulte num desejo mais intenso de ver os outros salvos por Cristo,
não provém de Deus.
(8) O genuíno batismo no Espírito Santo deve despertar
em nós o desejo de uma maior operação sua
no reino de Deus, e também uma maior operação
de seus dons em nossa vida. As línguas como evidência
inicial do batismo devem motivar o crente a permanecer na esfera
dos dons espirituais (2.4, 11, 43; 4.30; 5.12-16; 6.8; 8.7; Gl
3.5.
(9) O autêntico batismo no Espírito Santo tornará mais
real a obra, a direção e a presença do Espírito
Santo em nossa vida diária. Depois de batizados no Espírito
Santo, os crentes de Atos tornaram-se mais cônscios da presença,
poder e direção do Espírito Santo (4.31; 6.5;
9.31; 10.19; 13.2, 4, 52; 15.28; 16.6,7; 20.23). Inversamente,
qualquer suposto batismo no Espírito Santo que não
aumentar a nossa consciência da presença do Espírito
Santo, nem aumentar o nosso desejo de obedecer à sua orientação,
nem reafirmar o nosso alvo de viver diante dEle de tal maneira
a não entristecê-lo nem suprimir o seu fervor, não
provém de Deus.


Dons Espirituais Para o Crente
"Mas a manifestação do Espírito é dada
a cada um para o que for útil”(1Co 12.7)

Perspectiva geral
    Uma das maneiras do Espírito Santo
manifestar-se é através de uma variedade de dons
espirituais concedidos aos crentes (12.7-11). Essas manifestações
do Espírito visam à edificação e à santificação
da igreja (12.7; 14.26). Esses dons e ministérios não
são os mesmos de Rm 12.6-8 e Ef 4.11, mediante os quais
o crente recebe poder e capacidade para servir na igreja de modo
mais permanente. A lista em 12.8-10 não é completa.
Os dons aí tratados podem operar em conjunto, de diferentes
maneiras.
(1) As manifestações do Espírito dão-se
de acordo com a vontade do Espírito (12.11), ao surgir a
necessidade, e também conforme o anelo do crente na busca
dos dons (12.31; 14.1).

(2) Certos dons podem operar num crente de modo regular, e um
crente pode receber mais de um dom para atendimento de necessidades
específicas. O crente deve desejar “dons”, e
não apenas um dom (12.31; 14.1).
(3) É antibíblico e insensato se pensar que quem
tem um dom de operação exteriorizada (mais visível) é mais
espiritual do que quem tem dons de operação mais
interiorizada, i.e., menos visível. Também, quando
uma pessoa possui um dom espiritual, isso não significa
que Deus aprova tudo quanto ela faz ou ensina. Não se deve
confundir dons do Espírito, com o fruto do Espírito,
o qual se relaciona mais diretamente com o caráter e a santificação
do crente (Gl 5.22,23).
(4) Satanás pode imitar a manifestação dos
dons do Espírito, ou falsos crentes disfarçados como
servos de Cristo podem fazer o mesmo (Mt 7.21-23; 24.11, 24; 2Co
11.13-15; 2Ts 2.8-10). O crente não deve dar crédito
a qualquer manifestação espiritual, mas deve “provar
se os espíritos são de Deus, porque já muitos
falsos profetas se têm levantado no mundo”(1Jo 4.1;
cf. 1Ts 5.20,21).

Os dons espirituais
    Em 1Co 12.8-10, o apóstolo Paulo
apresenta uma diversidade de dons que o Espírito Santo concede
aos crentes. Nesta passagem, ele não descreve as características
desses dons, mas noutros trechos das Escrituras temos ensino sobre
os mesmos.

(1) Dom da Palavra da Sabedoria (12.8). Trata-se de uma mensagem
vocal sábia, enunciada mediante a operação
sobrenatural do Espírito Santo. Tal mensagem aplica a revelação
da Palavra de Deus ou a sabedoria do Espírito Santo a uma
situação ou problema específico (At 6.10;
15.13-22). Não se trata aqui da sabedoria comum de Deus,
para o viver diário, que se obtém pelo diligente
estudo e meditação nas coisas de Deus e na sua Palavra,
e pela oração (Tg 1.5,6).
(2) Dom da Palavra do Conhecimento (12.8). Trata-se de uma mensagem
vocal, inspirada pelo Espírito Santo, revelando conhecimento
a respeito de pessoas, de circunstâncias, ou de verdades
bíblicas. Freqüentemente, este dom tem estreito relacionamento
com o de profecia (At 5.1-10; 1Co 14.24,25).
(3) Dom da Fé (12.9). Não se trata da fé para
salvação, mas de uma fé sobrenatural especial,
comunicada pelo Espírito Santo, capacitando o crente a crer
em Deus para a realização de coisas extraordinárias
e milagrosas. É a fé que remove montanhas (13.2)
e que freqüentemente opera em conjunto com outras manifestações
do Espírito, tais como as curas e os milagres (Mt 17.20;
Mc 11.22-24; Lc 17.6).
(4) Dons de Curas (12.9). Esses dons são concedidos à igreja
para a restauração da saúde física,
por meios divinos e sobrenaturais (Mt 4.23-25; 10.1; At 3.6-8;
4.30). O plural (“dons”) indica curas de diferentes
enfermidades e sugere que cada ato de cura vem de um dom especial
de Deus. Os dons de curas não são concedidos a todos
os membros do corpo de Cristo (cf. 12.11,30), todavia, todos eles
podem orar pelos enfermos. Havendo fé, os enfermos serão
curados.
    Pode também haver cura em obediência
ao ensino bíblico de Tg 5.14-16 (ver Tg 5.15).
(5) Dom de Operação de Milagres (12.10). Trata-se
de atos sobrenaturais de poder, que intervêm nas leis da
natureza. Incluem atos divinos em que se manifesta o reino de Deus
contra Satanás e os espíritos malignos (Jo 6.2).

(6) Dom de Profecia (12.10). É preciso distinguir a profecia
aqui mencionada, como manifestação momentânea
do Espírito da profecia como dom ministerial na igreja,
mencionado em Ef 4.11. Como dom de ministério, a profecia é concedida
a apenas alguns crentes, os quais servem na igreja como ministros
profetas.
    Como manifestação do Espírito,
a profecia está potencialmente disponível a todo
cristão cheio dEle (At 2.16-18). Quanto à profecia,
como manifestação do Espírito, observe o seguinte:
(a) Trata-se de um dom que capacita o crente a transmitir uma palavra
ou revelação diretamente de Deus, sob o impulso do
Espírito Santo (14.24,25, 29-31). Aqui, não se trata
da entrega de sermão previamente preparado. (b) Tanto no
AT, como no NT, profetizar não é primariamente predizer
o futuro, mas proclamar a vontade de Deus e exortar e levar o seu
povo à retidão, à fidelidade e à paciência
(14.3). (c) A mensagem profética pode desmascarar a condição
do coração de uma pessoa (14.25), ou prover edificação,
exortação, consolo, advertência e julgamento
(14.3, 25,26, 31). (d) A igreja não deve ter como infalível
toda profecia deste tipo, porque muitos falsos profetas estarão
na igreja (1Jo 4.1). Daí, toda profecia deve ser julgada
quanto à sua autenticidade e conteúdo (14.29, 32;
1Ts 5.20,21). Ela deverá enquadrar-se na Palavra de Deus
(1Jo 4.1), contribuir para a santidade de vida dos ouvintes e ser
transmitida por alguém que de fato vive submisso e obediente
a Cristo (12.3). (e) O dom de profecia manifesta-se segundo a vontade
de Deus e não a do homem. Não há no NT um
só texto mostrando que a igreja de então buscava
revelação ou orientação através
dos profetas. A mensagem profética ocorria na igreja somente
quando Deus tomava o profeta para isso (12.11).
(7) Dom de Discernimento de Espíritos (12.10). Trata-se
de uma dotação especial dada pelo Espírito,
para o portador do dom discernir e julgar corretamente as profecias
e distinguir se uma mensagem provém do Espírito Santo
ou não (14.29; 1Jo 4.1). No fim dos tempos, quando os falsos
mestres (Mt 24.5) e a distorção do cristianismo bíblico
aumentarão muito (1Tm 4.1), esse dom espiritual será extremamente
importante para a igreja.
(8) Dom de Variedades de Línguas (12.10). No tocante às “línguas”(gr.
glossa, que significa língua) como manifestação
sobrenatural do Espírito, notemos os seguintes fatos: (a)
Essas línguas podem ser humanas e vivas (At 2.4-6), ou uma
língua desconhecida na terra, e.g., “línguas...
dos anjos”(13.1). A língua falada através deste
dom não é aprendida, e quase sempre não é entendida,
tanto por quem fala (14.14), como pelos ouvintes (14.16). (b) O
falar noutras línguas como dom abrange o espírito
do homem e o Espírito de Deus, que entrando em mútua
comunhão, faculta ao crente a comunicação
direta com Deus (i.e., na oração, no louvor, no bendizer
e na ação de graças), expressando-se através
do espírito mais do que da mente (14.2, 14) e orando por
si mesmo ou pelo próximo sob a influência direta do
Espírito Santo, à parte da atividade da mente (cf.
14.2, 15, 28; Jd 20). (c) Línguas estranhas faladas no culto
devem ser seguidas de sua interpretação, também
pelo Espírito, para que a congregação conheça
o conteúdo e o significado da mensagem (14.3, 27,28). Ela
pode conter revelação, advertência, profecia
ou ensino para a igreja (cf. 14.6). (d) Deve haver ordem quanto
ao falar em línguas em voz alta durante o culto. Quem fala
em línguas pelo Espírito, nunca fica em “êxtase”ou “fora
de controle”(14.27,28).
(9) Dom de Interpretação de Línguas (12.10).
Trata-se da capacidade concedida pelo Espírito Santo, para
o portador deste dom compreender e transmitir o significado de
uma mensagem dada em línguas. Tal mensagem interpretada
para a igreja reunida, pode conter ensino sobre a adoração
e a oração, ou pode ser uma profecia. Toda a congregação
pode assim desfrutar dessa revelação vinda do Espírito
Santo. A interpretação de uma mensagem em línguas
pode ser um meio de edificação da congregação
inteira, pois toda ela recebe a mensagem (14.6, 13, 26). A interpretação
pode vir através de quem deu a mensagem em línguas,
ou de outra pessoa. Quem fala em línguas deve orar para
que possa interpretá-las (14.13).



Falsos Mestres
"Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas
e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for
possível, até os escolhidos”(Mc 13.22)

Descrição
    O crente da atualidade precisa estar informado
de que pode haver, nas igrejas, diversos obreiros corrompidos e
distanciados da verdade, como os mestres da lei de Deus, nos dias
de Jesus (Mt 24.11,24). Jesus adverte, aqui, que nem toda pessoa
que professa a Cristo é um crente verdadeiro e que, hoje,
nem todo escritor evangélico, missionário, pastor,
evangelista, professor, diácono e outros obreiros são
aquilo que dizem ser.
(1) Esses obreiros “exteriormente pareceis justos aos homens”(Mt
23.28). Aparecem “vestidos como ovelhas”(Mt 7.15).
Podem até ter uma mensagem firmemente baseada na Palavra
de Deus e expor altos padrões de retidão. Podem parecer
sinceramente empenhados na obra de Deus e no seu reino, demonstrar
grande interesse pela salvação dos perdidos e professar
amor a todas as pessoas.
    Parecerão ser grandes ministros
de Deus, líderes espirituais de renome, ungidos pelo Espírito
Santo. Poderão realizar milagres, ter grande sucesso e multidões
de seguidores (Mt 7.21-23; 24.11,24; 2Co 11.13-15).
(2) Todavia, esses homens são semelhantes aos falsos profetas
dos tempos antigos (Dt 13.3; 1Rs 18.40; Ne 6.12; Jr 14.14; Os 4.15),
e aos fariseus do NT.
    Longe das multidões, na sua vida
em particular, os fariseus entregavam-se à “rapina
e de iniqüidade”(Mt 23.25), “cheios de ossos de
mortos e de toda imundícia”(Mt 23.27), “cheios
de hipocrisia e de iniqüidade”(Mt 23.28). Sua vida na
intimidade é marcada por cobiça carnal, imoralidade,
adultério, ganância e satisfação dos
seus desejos egoístas.

(3) De duas maneiras, esses impostores conseguem uma posição
de influência na igreja. (a) Alguns falsos mestres e pregadores
iniciam seu ministério com sinceridade, veracidade, pureza
e genuína fé em Cristo. Mais tarde, por causa do
seu orgulho e desejos imorais, sua dedicação pessoal
e amor a Cristo desaparecem lentamente. Em decorrência disso,
apartam-se do reino de Deus (1Co 6.9,10; Gl 5.19-21; Ef 5.5,6)
e se tornam instrumentos de Satanás, disfarçados
em ministros da justiça (2Co 11.15). (b) Outros falsos mestres
e pregadores nunca foram crentes verdadeiros. A serviço
de Satanás, eles estão na igreja desde o início
de suas atividades (Mt 13.24-28,36-43).
    Satanás tira partido da sua habilidade
e influência e promove o seu sucesso. A estratégia
do inimigo é colocá-los em posições
de influência para minarem a autêntica obra de Cristo.
Se forem descobertos ou desmascarados, Satanás sabe que
grandes danos ao evangelho advirão disso e que o nome de
Cristo será menosprezado publicamente.

A prova
    Quatorze vezes nos Evangelhos, Jesus advertiu
os discípulos a se precaverem dos líderes enganadores
(Mt 7.15; 16.6,11; 24.4,24; Mc 4.24; 8.15; 12.38-40; 13.5; Lc 12.1;
17.23; 20.46; 21.8). Noutros lugares, o crente é exortado
a pôr à prova mestres, pregadores e dirigentes da
igreja (1Ts 5.21; 1 Jo 4.1). Seguem-se os passos para testar falsos
mestres ou falsos profetas:
(1) Discernir o caráter da pessoa. Ela tem uma vida de
oração perseverante e manifesta uma devoção
sincera e pura a Deus? Manifesta o fruto do Espírito (Gl
5.22,23), ama os pecadores (Jo 3.16), detesta o mal e ama a justiça
(Hb 1.9 nota) e fala contra o pecado (Mt 23; Lc 3.18-20)?

(2) Discernir os motivos da pessoa. O líder cristão
verdadeiro procurará fazer quatro coisas: (a) honrar a Cristo
(2Co 8.23; Fp 1.20); (b) conduzir a igreja à santificação
(At 26.18; 1Co 6.18; 2Co 6.16-18); (c) salvar os perdidos (1Co
9.19-22); e (d) proclamar e defender o evangelho de Cristo e dos
seus apóstolos (Fp 1.16; Jd 3).
(3) Observar os frutos da vida e da mensagem da pessoa. Os frutos
dos falsos pregadores comumente consistem em seguidores que não
obedecem a toda a Palavra de Deus (Mt 7.16).
(4) Discernir até que ponto a pessoa se baseia nas Escrituras.
Este é um ponto fundamental.
    Ela crê e ensina que os escritos
originais do AT e do NT são plenamente inspirados por Deus,
e que devemos observar todos os seus ensinos (2Jo 9-11)? Caso contrário,
podemos estar certos de que tal pessoa e sua mensagem não
provêm de Deus.
(5) Finalmente, verifique a integridade da pessoa quanto ao dinheiro
do Senhor. Ela recusa grandes somas para si mesma, administra todos
os assuntos financeiros com integridade e responsabilidade, e procura
realizar a obra de Deus conforme os padrões do NT para obreiros
cristãos? (1Tm 3.3; 6.9,10).
    Apesar de tudo que o crente fiel venha
a fazer para avaliar a vida e o trabalho de tais pessoas, não
deixará de haver falsos mestres nas igrejas, os quais, com
a ajuda de Satanás, ocultam-se até que Deus os desmascare
e revele aquilo que realmente são.


O Arrebatamento da Igreja
"Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido,
e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram
em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os
que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas
nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre
com o Senhor”(1Ts 4.16,17)

    O termo “arrebatamento”deriva
da palavra raptus em latim, que significa “arrebatado rapidamente
e com força”. O termo latino raptus equivale a harpazo
em grego, traduzido por “arrebatado”em 4.17. Esse evento,
descrito aqui e em 1Co 15, refere-se à ocasião em
que a igreja do Senhor será arrebatada da terra para encontrar-se
com Ele nos ares. O arrebatamento abrange apenas os salvos em Cristo.
(1) Instantes antes do arrebatamento, ao descer Cristo do céu
para buscar a sua igreja, ocorrerá a ressurreição
dos “que morreram em Cristo”(4.16). Não se trata
da mesma ressurreição referida em Ap 20.4, a qual
somente ocorrerá depois de Cristo voltar à terra,
julgar os ímpios e prender Satanás (Ap 19.11—20.3).
A ressurreição de Ap 20.4 tem a ver com os mártires
da tribulação e possivelmente com os santos do AT
(Ap 20.6).
(2) Ao mesmo tempo em que ocorre a ressurreição
dos mortos em Cristo, os crentes vivos serão transformados;
seus corpos se revestirão de imortalidade (1Co 15.51,53).
Isso acontecerá num instante, “num abrir e fechar
de olhos”(1Co 15.52).
(3) Tanto os crentes ressurretos como os que acabaram de ser transformados
serão “arrebatados juntamente”(4.17) para encontrar-se
com Cristo nos ares, ou seja: na atmosfera entre a terra e o céu.
(4) Estarão literalmente unidos com Cristo (4.16,17), levados à casa
do Pai, no céu (Jo 14.2,3), e reunidos aos queridos que
tinham morrido (4.13-18).

(5) Estarão livres de todas as aflições (2Co
5.2,4; Fp 3.21), de toda perseguição e opressão
(Ap 3.10), de todo domínio do pecado e da morte (1Co 15.51-56);
o arrebatamento os livra da “ira futura”(1.10; 5.9),
ou seja: da grande tribulação.
(6) A esperança de que nosso Salvador logo voltará para
nos tirar do mundo, a fim de estarmos “sempre com o Senhor”(4.17), é a
bem-aventurada esperança de todos os redimidos (Tt 2.13). É fonte
principal de consolo para os crentes que sofrem (4.17,18; 5.10).
(7) Paulo emprega o pronome “nós”em 4.17 por
saber que a volta do Senhor poderia acontecer naquele período,
e comunica aos tessalonicenses essa mesma esperança. A Bíblia
insiste que anelemos e esperemos contínua e confiadamente
volta do nosso Senhor (cf. Rm 13.11; 1Co 15.51,52; Ap 22.12,20).
(8) Quem está na igreja, mas não abandona o pecado
e o mal, sendo assim infiel a Cristo, será deixado aqui,
no arrebatamento (Mt 25.1; Lc 12.45). Os tais ficarão neste
mundo e farão parte da igreja apóstata (Ap 17.1),
sujeitos à ira de Deus.
(9) Depois do arrebatamento, virá o Dia do Senhor, um tempo
de sofrimento e ira sobre os ímpios (5.2-10; ver 5.2). Seguir-se-á a
segunda fase da vinda de Cristo, quando, então, Ele virá para
julgar os ímpios e reinar sobre a terra (Mt 24.42,44).


A Cura Divina
"E, chegada a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados,
e ele, com a sua palavra, expulsou deles os espíritos e
curou a todos os que estavam enfermos, para que se cumprisse o
que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre
si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças”(Mt
8.16,17)

A provisão redentoda de Deus
(1) O problema das enfermidades e das doenças está fortemente
vinculado ao problema do pecado e da morte, i.e., às conseqüências
da queda. Enquanto a ciência médica considera as causas
das enfermidades e das doenças em termos psicológicos
ou psicossomáticos, a Bíblia apresenta as causas
espirituais como sendo o problema subjacente ou fundamental desses
males. Essas causas são de dois tipos: (a) O pecado, que
afetou a constituição física e espiritual
do homem (Jo 5.5,14), e (b) Satanás (At 10.38; cf.Mc 9.17,
20.25; Lc 13.11; At 19.11,12).
(2) A provisão de Deus através da redenção é tão
abrangente quanto às conseqüências da queda.
Para o pecado, Deus provê o perdão; para a morte,
Deus provê a vida eterna, e a vida ressurreta; e para a enfermidade,
Deus provê a cura (cf. Sl 103.1-5; Lc 4.18; 5.17-26; Tg 5.14,15).
Daí, durante a sua vida terrestre, Jesus ter tido um tríplice
ministério: ensinar a Palavra de Deus, pregar o arrependimento
(o problema do pecado) e as bênçãos do reino
de Deus (a vida) e curar todo tipo de moléstia, doença
e enfermidade entre o povo (4.23,24).
 
A revelação da vontade de Deus sobre a cura
    A vontade de Deus no tocante à cura
divina é revelada de quatro maneiras principais nas Escrituras.

(1) A declaração do próprio Deus. Em Êx
15.26 Deus prometeu saúde e cura ao seu povo, se este permanecesse
fiel ao seu concerto e aos seus mandamentos. Sua declaração
abrange dois aspectos: (a) “Nenhuma das enfermidades porei
sobre ti [como julgamento], que pus sobre o Egito”; e (b) “Eu
sou o SENHOR, que te sara [como Redentor]”. Deus continuou
sendo o Médico dos médicos do seu povo, no decurso
do AT, sempre que os seus sinceramente se dedicavam a buscar a
sua face e obedecer à sua Palavra (cf. 2Rs 20.5; Sl 103.3).
(2) O ministério de Jesus. Jesus, como o Filho encarnado
de Deus, era a exata manifestação da natureza e do
caráter de Deus (Hb 1.3; cf. Cl 1.15; 2.9). Jesus, no seu
ministério terreno (4.23,24; 8.14-16; 9.35; 15.28; Mc 1.32-34,40,41;
Lc 4.40; At 10.38), revelava a vontade de Deus na prática
(Jo 6.38; 14.10), e demonstrou que está no coração,
na natureza e no propósito de Deus curar todos os que estão
enfermos e oprimidos pelo diabo.
(3) A provisão da expiação de Cristo. (Is
53.4,5; Mt 8.16,17; 1Pe 2.24). A morte expiatória de Cristo
foi um ato perfeito e suficiente para a redenção
do ser humano total —espírito, alma e corpo. Assim
como o pecado e a enfermidade são os gigantes gêmeos,
destinados por Satanás para destruir o ser humano, assim
também o perdão e a cura divina vêm juntos
como bênçãos irmanadas, destinadas por Deus
para nos redimir e nos dar saúde (cf. Sl 103.3; Tg 5.14-16).
O crente deve prosseguir com humildade e fé e apropriar-se
da plena provisão da expiação de Cristo, inclusive
a cura do corpo.
(4) O ministério contínuo da igreja. Jesus comissionou
seus doze discípulos para curar os enfermos, como parte
da sua proclamação do reino de Deus (Lc 9.1,2,6).
Posteriormente, Ele comissionou setenta discípulos para
fazerem a mesma coisa (Lc 10.1, 8,9, 19). Depois do dia de Pentecoste
o ministério de cura divina que Jesus iniciara teve prosseguimento
através da igreja primitiva como parte da sua pregação
do evangelho (At 3.1-10; 4.30; 5.16; 8.7; 9.34; 14.8-10; 19.11,12;
cf. Mc 16.18; 1Co 12.9,28,30; Tg 5.14-16). O NT registra três
maneiras como o poder de Deus e a fé se manifestam através
da igreja para curar: (a) a imposição de mãos
(Mc 16.15-18; At 9.17); (b) a confissão de pecados conhecidos,
seguida da unção do enfermo com óleo pelos
presbíteros (Tg 5.14-16); e (c) os dons espirituais de curar
concedidos à igreja (1Co 12.9). Note que são os presbíteros
da igreja que devem cuidar desta “oração da
fé”.

Impedimentos à cura

    Às vezes há, na própria
pessoa, impedimentos à cura divina, como: (1) pecado não
confessado (Tg 5.16); (2) opressão ou domínio demoníaco
(Lc 13.11-13); (3) medo ou ansiedade aguda (Pv 3.5-8; Fp 4.6,7);
(4) insucessos no passado que debilitam a fé hoje (Mc 5.26;
Jo 5.5-7); (5) o povo (Mc 10.48); (6) ensino antibíblico
(Mc 3.1-5; 7.13); (7) negligência dos presbíteros
no que concerne à oração da fé (Mc
11.22-24; Tg 5.14-16); (8) descuido da igreja em buscar e receber
os dons de operação de milagres e de curas, segundo
a provisão divina (At 4.29,30; 6.8; 8.5,6; 1Co 12.9,10,29-31;
Hb 2.3,4); (9) incredulidade (Mc 6.3-6; 9.19, 23,24); e (10) irreverência
com as coisas santas do Senhor (1Co 11.29,30). Casos há em
que não está esclarecida a razão da persistência
da doença física em crentes dedicados (Gl 4.13,14;
1Tm 5.23; 2Tm 4.20). Noutros casos, Deus resolve levar seus amados
santos ao céu, durante uma enfermidade (cf. 2Rs 13.14,20).

O que devemos fazer quando em busca da cura
    O que deve fazer o crente quando ora pela
cura divina para si?
(1) Ter a certeza de que está em plena comunhão
com Deus e com o próximo (Mt 6.33; 1Co 11.27-30; Tg 5.16;
ver Jo 15.7). (2) Buscar a presença de Jesus na sua vida,
pois é Ele quem comunica ao coração do crente
a necessária fé para a cura (Rm 12.3; 1Co 12.9; Fp
2.13; ver Mt 17.20). (3) Encher sua mente e coração
da Palavra de Deus (Jo 15.7; Rm 10.17). (4) Se a cura não
ocorre, continuar e permanecer nEle (Jo 15.1-7), examinando ao
mesmo tempo sua vida, para ver que mudanças Deus quer efetuar
na sua pessoa. (5) Pedir as orações dos presbíteros
da igreja, bem como dos familiares e amigos (Tg 5.14-16). (6) Assistir
a cultos em que há alguém com um autêntico
e aprovado ministério de cura divina (cf. At 5.15,16; 8.5-7).
(7) Ficar na expectativa de um milagre, i. e., confiar no poder
de Cristo (7.8; 19.26). (8) Regozijar-se caso a cura ocorra na
hora, e ao mesmo tempo manter-se alegre, se ela não ocorrer
de imediato (Fp 4.4,11-13). (9) Saber que a demora de Deus em atender
as orações não é uma recusa dEle às
nossas petições. Às vezes, Deus tem em ente
um propósito maior, que ao cumprir-se, resulta em sua maior
glória (cf. Jo 9.13; 11.4, 14,15,45; 2Co 12.7-10) e em bem
para nós (Rm 8.28). (10) Reconhecer que, tratando-se de
um crente dedicado, Deus nunca o abandonará, nem o esquecerá.
Ele nos ama tanto que nos tem gravado na palma das suas mãos
(Is 49.15,16).
    Nota: A Bíblia reconhece o uso
apropriado dos recursos médicos (9.12; Lc 10.34; Cl 4.14).


Dízimos, Ofertas e a Administração do Nosso
Dinheiro
"Trazei todos os dízimos à casa do tesouro,
para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de
mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir
as janelas do céu e não derramar sobre vós
uma bênção tal, que dela vos advenha a maior
abastança”(Ml 3.10)


Definição de dízimos e ofertas
    A palavra hebraica para “dízimo”(ma’aser)
significa literalmente “a décima parte”.
(1) Na Lei de Deus, os israelitas tinham a obrigação
de entregar a décima parte das crias dos animais domésticos,
dos produtos da terra e de outras rendas como reconhecimento e
gratidão pelas bênçãos divinas (ver
Lv 27.30-32; Nm 18.21,26; Dt 14.22-29). O dízimo era usado
primariamente para cobrir as despesas do culto e o sustento dos
sacerdotes. Deus considerava o seu povo responsável pelo
manejo dos recursos que Ele lhes dera na terra prometida (Mt 25.15;
Lc 19.13).
(2) No âmago do dízimo, achava-se a idéia
de que Deus é o dono de tudo (Êx 19.5; Sl 24.1; 50.10-12;
Ag 2.8). Os seres humanos foram criados por Ele, e a Ele devem
o fôlego de vida (Gn 1.26,27; At 17.28). Sendo assim, ninguém
possui nada que não haja recebido originalmente do Senhor
(Jó 1.21; Jo 3.27; 1Co 4.7). Nas leis sobre o dízimo,
Deus estava simplesmente ordenando que os seus lhe devolvessem
parte daquilo que Ele já lhes tinha dado.
(3) Além dos dízimos, os israelitas eram instruídos
a trazer numerosas oferendas ao Senhor, principalmente na forma
de sacrifícios. Levítico escreve várias oferendas
rituais: o holocausto (Lv 1; 6.8-13), a oferta de manjares (Lv
2; 6.14-23), a oferta pacífica (Lv 3; 7.11-21), a oferta
pelo pecado (Lv 4.1—5.13; 6.24-30), e a oferta pela culpa
(Lv 5.14—6.7; 7.1-10).

(4) Além das ofertas prescritas, os israelitas podiam apresentar
outras ofertas voluntárias ao Senhor. Algumas destas eram
repetidas em tempos determinados (ver Lv 22.18-23; Nm 15.3; Dt
12.6,17), ao passo que outras eram ocasionais. Quando, por exemplo,
os israelitas empreenderam a construção do Tabernáculo
no monte Sinai, trouxeram liberalmente suas oferendas para a fabricação
da tenda e de seus móveis (ver Êx 35.20-29). Ficaram
tão entusiasmados com o empreendimento, que Moisés
teve de ordenar-lhes que cessassem as oferendas (Êx 36.3-7).
Nos tempos de Joás, o sumo sacerdote Joiada fez um cofre
para os israelitas lançarem as ofertas voluntárias
a fim de custear os consertos do templo, e todos contribuíram
com generosidade (2Rs 12.9,10). Semelhantemente, nos tempos de
Ezequias, o povo contribuiu generosamente às obras da reconstrução
do templo (2Cr 31.5-19).
(5) Houve ocasiões na história do AT em que o povo
de Deus reteve egoisticamente o dinheiro, não repassando
os dízimos e ofertas regulares ao Senhor. Durante a reconstrução
do segundo templo, os judeus pareciam mais interessados na construção
de suas propriedades, por causa dos lucros imediatos que lhes trariam,
do que nos reparos da Casa de Deus que se achava em ruínas.
Por causa disto, alertou-lhes Ageu, muitos deles estavam sofrendo
reveses financeiros (Ag 1.3-6). Coisa semelhante acontecia nos
tempos do profeta Malaquias e, mais uma vez, Deus castigou seu
povo por se recusar a trazer-lhe o dízimo (Ml 3.9-12).

A administração do nosso dinheiro
    Os exemplos dos dízimos e ofertas
no AT contêm princípios importantes a respeito da
mordomia do dinheiro, que são válidos para os crentes
do NT.
(1) Devemos lembrar-nos que tudo quanto possuímos pertence
a Deus, de modo que aquilo que temos não é nosso: é algo
que nos confiou aos cuidados. Não temos nenhum domínio
sobre as nossas posses.

(2) Devemos decidir, pois, de todo o coração, servir
a Deus, e não ao dinheiro (Mt 6.19-24; 2Co 8.5). A Bíblia
deixa claro que a cobiça é uma forma de idolatria
(Cl 3.5).
(3) Nossas contribuições devem ser para a promoção
do reino de Deus, especialmente para a obra da igreja local e a
disseminação do evangelho pelo mundo (1Co 9.4-14;
Fp 4.15-18; 1Tm 5.17,18), para ajudar aos necessitados (Pv 19.17;
Gl 2.10; 2Co 8.14; 9.2), para acumular tesouros no céu (Mt
6.20; Lc 6.32-35) e para aprender a temer ao Senhor (Dt 14.22,23).
(4) Nossas contribuições devem ser proporcionais à nossa
renda. No AT, o dízimo era calculado em uma décima
parte. Dar menos que isto era desobediência a Deus. Aliás,
equivalia a roubá-lo (Ml 3.8-10). Semelhantemente, o NT
requer que as nossas contribuições sejam proporcionais àquilo
que Deus nos tem dado (1Co 16.2; 2Co 8.3,12; 2Co 8.2).
(5) Nossas contribuições devem ser voluntárias
e generosas, pois assim é ensinado tanto no AT (Êx
25.1,2; 2Cr 24.8-11) quanto no NT (2Co 8.1-5,11,12). Não
devemos hesitar em contribuir de modo sacrificial (2Co 8:3), pois
foi com tal espírito que o Senhor Jesus entregou-se por
nós (ver 2Co 8.9). Para Deus, o sacrifício envolvido é muito
mais importante do que o valor monetário da dádiva
(ver Lc 21.1-4).
(6) Nossas contribuições devem ser dadas com alegria
(2Co 9.7). Tanto o exemplo dos israelitas no AT (Êx 35.21-29;
2Cr 24.10) quanto o dos cristãos macedônios do NT
(2Co 8.1-5) servem-nos de modelos.
(7) Deus tem prometido recompensar-nos de conformidade com o que
lhe temos dado (ver Dt 15.4; Ml 3.10-12; Mt 19.21; 1Tm 6.19; 2Co
9.6).

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