Comentário Bíblico Segundo a Visão Pentecostal na Vida Cristã

Comentário Bíblico Segundo a Visão Pentecostal na Vida Cristã A visão pentecostal da vida cristã enfatiza a centralidade do Espírito Santo em todos os aspectos da jornada com Deus. Desde o novo nascimento até a busca pela santificação, os pentecostais acreditam na capacitação espiritual para viver uma vida de vitória, evidenciada pelo fruto do Espírito, dons espirituais, e pelo compromisso com a evangelização e a santidade. --- Introdução O movimento pentecostal baseia-se em uma interpretação literal e vivencial da Bíblia, com foco especial na experiência do Espírito Santo. A visão pentecostal da vida cristã se alinha à doutrina evangélica, mas destaca a plenitude do Espírito, o batismo no Espírito Santo e a capacitação para ministérios poderosos. Versículo base: "Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra." (Atos 1:8) Comentário: Este versículo é fundamen

Demandas Judiciais Entre os Irmãos - Rede Brasil de Comunicação

Igreja Evangélica Assembléia de Deus - Recife / PE

Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais

Pastor Presidente: Ailton José Alves

LIÇÃO 06 - DEMANDAS JUDICIAIS ENTRE OS IRMÃOS

Introdução

Demandas judiciais entre os irmãos, era uma prova de que a unidade do corpo de Cristo estava sendo comprometida. A comunhão (Gr. Koinonia) que foi o forte da Igreja primitiva (At. 2:42-47), agora, ao que parece estava sendo esquecida pela neófita igreja de Corinto. O próprio Jesus ensinou que “o reino dividido contra si mesmo não prevalece” (Mt 12:25; Lc 11:17). Litígio entre os irmãos evidenciava a fragilidade doutrinária e a superficialidade da compreensão do que é estar em uma nova posição (Ef. 2:6) e sob o governo do filho do seu amor (Col 1:15).

I - O QUE SE ENTENDE POR “DEMANDAS JUDICIAIS”?

O Dicionário Jurídico conceitua “Demanda” como “ação judicial, causa, litígio, processo”. A palavra litígio (vem do latim - litigium), significando “disputa judicial”. O mesmo que lide, questão querela. Conflito de interesses qualificado pela pretensão de um dos litigantes e pela resistência do outro.

II - O QUE O TEXTO NÃO TRATA?

Algumas pessoas, por não entenderem o contexto real do problema da igreja de Corinto, acabam fazendo interpretações equivocadas do texto em apreço, gerando com isso, a formulação de uma doutrina doentia, que é produto de uma Eisegese (introdução do pensamento no texto), e não de uma Exegese (Extração do real pensamento do texto).

2.1. O texto não questiona a legitimidade da autoridade dos tribunais. Deus instituiu as autoridades como um anteparo contra a anarquia e contra a dissolução social, para reger e manter a ordem na sociedade (Rm 13:1-7; 1 Pe 2:13-17). A autoridade existe para o bem da sociedade, Deus lhe confere o “poder da espada”, ou seja, o uso legal da força para castigar o que pratica o mal (Rm 13:4).

2.2. O texto não questiona a capacidade técnica ou moral dos juizes da época. “Ousa algum de vós, tendo algum negócio contra outro, ir a juízo perante os injustos, e não perante os santos?” (1 Cor 6:1). O que Paulo nos mostra nesse texto é que haviam queixas entre os irmãos, as quais, logo eram levadas aos tribunais. Ressaltando que tais questões deveriam ser resolvidas entre os irmãos. A queixa de paulo não é contra os magistrados da época, mas a insensibilidade dos cristãos de manterem uma conciliação entre eles. Era uma vergonha para aqueles crentes resolverem seus problemas e questões internas diante do mundo.

2.3. O texto não questiona a legitimidade das leis instituídas pelas autoridades. A existência de leis que regulam a vida em sociedade é uma necessidade básica social. Nenhuma sociedade sobrevive a ausência de leis. É por isso, que o apóstolo Paulo enfatiza a submissão dos cristãos às autoridades humanas, pois são instrumentos de Deus para o bem social (Rm 13.4), sendo a submissão um dever de consciência, e não temos da punição (Rm 13.5).

2.4. O texto não questiona o exercício da cidadania pelos cristãos. Paulo também não está abordando sobre o não exercício da cidadania pelos crentes. Em algumas situações, o próprio apóstolo Paulo apelou ao sistema judiciário da época, mais de uma vez (At. 16:37-39; 25:10-12).

III - DE QUE O TEXTO TRATA?

3.1. O texto trata de questões que envolviam litígio entre os irmãos. Alguns cristãos em Corinto estavam processando seus irmãos na fé, algo que não deveria ser tolerado entre os cristãos. Os judeus não recorriam aos tribunais dos não-judeus, porque tinham suas próprias leis. As leis em Israel deviam ser colocadas diante da nação para observarem (Ex. 21:1). Haviam juízes que julgavam sobre os assuntos da nação (Ex. 18:13-17; Dt 1:9-18; 16:18; 17:8-13; Jz 2:16). Paulo, ao estabelecer um paralelo entre a comunidade da Antiga Aliança, Israel, e a da Nova Aliança, Igreja, mostra-nos que Israel nos serviu de exemplo (1 Co 10:6), assim pode-se afirmar que levar um caso da comunidade cristã aos tribunais pagãos, seria o mesmo que colocar um juiz incrédulo para julgar as questões de Israel no deserto.

3.2. O texto trata da imaturidade dos crentes em resolverem seus problemas entre si. “Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá ser julgado por vós, sois, acaso, indignos de julgar as coisas mínimas?

Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos? Quanto mais as coisas desta vida!” - Quanta incoerência! Os crentes que julgariam os anjos, eram incapazes de resolver até mesmo as questões “triviais”, preferindo entregar a solução de seus casos a justiça secular. A carnalidade daqueles crentes impediam que conseguissem possuir a verdadeira sabedoria espiritual. Em outras palavras, levar um irmão ao tribunal secular era um pecado contra a dignidade cristã, haja vista a unidade do corpo e o bom inter-relacionamento entre os membros é que deveriam existir.

3.3. O texto trata da indisposição dos crentes em Corinto em perdoar, buscando sempre a vingança - “O só existir entre vós demandas já é completa derrota para vós outros. Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano? Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos próprios irmãos!” Os gregos apreciavam muito os litígios, e os crentes de Corinto eram inclinados para os sofistas, portanto não hesitariam em colocar um cristão em juízo. Todavia, o apóstolo Paulo nos mostra que ainda que um crente fosse vitorioso no tribunal, o fato de levar o caso aos juízes incrédulos, violava o princípio do perdão e da unidade cristã ( Mt 6:12; Ef 4:1-6; 30-32; Col 3:12-17; Jo 11:52; Ef. 2:14-16; Col 3:11; 1 Cor 12:11-28). Disposição para perdoar era algo que aquela igreja precisava ainda aprender.

3.4. O texto trata do caráter perverso de alguns crentes - “Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos próprios irmãos!” A asseveração paulina mostra em que nível de espiritualidade estavam aqueles crentes: “fazer a injustiça”. Injustiça refere-se a qualquer forma de mal, injustiça, erro ou injúria. Já “fazer dano”, refere-se a “defraudar”, “roubar”, “subtrair algo de alguém”, provocar uma perda pessoal. A solução para a Igreja de Corinto estava em 1 Cor 13, o amor, pois se ele existisse no coração daqueles crentes, resolveriam todos os problemas no seio da igreja.

IV - QUAL ERA O REAL PROBLEMA DA IGREJA EM CORINTO?

Envolvia uma fragilidade doutrinária extrema, como pode-se ver no capitulo 1, quando o apóstolo Paulo aborda o partidarismo na Igreja, como produto da carnalidade e imaturidade dos crentes (1 Cor 3). Entretanto, ressaltamos que essa fragilidade doutrinária impedia os crentes daquela igreja de enxergarem as verdades espirituais mais básicas da fé, levando-os a se conformarem com o comportamento mundano daquela cidade portuária.

V - COMO RESOLVER OS PROBLEMAS INTERPESSOAIS DA IGREJA?

As questões de ordem interpessoal devem ser resolvidas:

a) Amando o nosso próximo como a nós mesmos (Mt. 22:37,38; Mc 12:30,31; Lc 10:27; Gl 5:14)

b) Considerando o outro superior a si mesmo (Fl 2:3)

c) Observando o ensinamento e exemplo de Jesus ( Mt 5:39-41;Lc 6:27; 1 Pe 2:23;)

d) Considerando a Unidade do corpo de Cristo ( 1 Cor 12:12-28; Col 3:14,15)

e) Perdoando mutuamente (Mc 11:25; Ef. 4:32; Col 2:13; 3:13);

f) Reconciliando-se com a pessoa ofendida (Mt 5:24)

g) Se a pessoa continuar intransigente, então deverá constitui-se duas ou três testemunhas (Mt. 18:16), ir diante do líder (Dt. 17:8-13), para que o caso seja resolvido pela liderança da Igreja (1 Cor 5:3; 6:5; 2 Cor 2:5-11; 10:8).

Conclusão

Amar ao próximo, respeitá-lo como parte integrante do corpo místico de Cristo, do qual também fazemos parte, entendendo que na unidade existe a diversidade, é o caminho para o entendimento e harmonia na Igreja. A comunhão é o principal alvo do ataque de Satanás, pois se os crentes estão brigando entre si, não tem tempo de trabalhar e expandir o reino de Deus. Koinonia sempre foi a marca da igreja, e é a principal evidência de que o corpo está fortalecido.

Bibliografia

  • Merece Confiança o A.T. ? Gleason Archer Jr. Ed. Vida Nova
  • I e II Corintios / Série Comentário Bíblico, Stanley Horton - Ed. CPAD
  • I Coríntios / Introdução e Comentário / Série Cultura Cristã, Leon Morris - Ed. Mundo Cristão Encicl. de Filosofia e Teol. Vol. 1, 4, e 6. Russel N.Champlin, Ed. Hagnos
  • N.T. Interp. Vers por vers. Vol 4 - Russel N.Champlin, Ed. Hagnos.

Publicado no site da Rede Brasil de Comunicação

Comentários

Josilene disse…
A paz para todos!
Sou Josilene coordenadora do Centro Vida VII( Projeto Samuel) e gostaria de divulgar o BLOG do Centro vida para que nossos irmãos conheçam melhor esta obra social desenvolvida pela nossa igreja

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