O apóstolo Paulo é, sem dúvida alguma, o maior evangelista, o maior teólogo, o maior missionário e o maior plantador de igrejas de toda a história do cristianismo. Milhares de estudos, teses, doutorados já foram realizados no mundo, por estudiosos e teólogos que pesquisam sua vida e obra.
Uma das facetas de seu profícuo ministério foi a pregação. Paulo, sem dúvida nenhuma, foi um pregador extraordinário. Combinava erudição, sem perder a unção. Nesta reflexão, veremos 3 características que fizeram de Paulo, depois de Jesus, o maior pregador da história do cristianismo:
1) A pregação de Paulo estava focada em glorificar a Cristo, e não a si próprio . “Tenho, pois, motivo de gloriar-me em Cristo Jesus nas coisas concernentes a Deus” (Rm 15.17)
Paulo não era um balão cheio de vento. Não se vangloriava de seu abrangente e extraordinário ministério. A exultação de Paulo é em Cristo, e não uma autoglorificação (1 Co 1.29-31; 2 Co 10.17). Paulo se gloriava em Cristo, e não em si mesmo; nas coisas concernentes a Deus, e não em suas próprias coisas.
Paulo nunca trabalhou para engrandecer seu próprio nome, pois tinha em mente propósitos mais elevados. Deseja glorificar a Cristo. Estão em total desacordo com o ensino bíblico aqueles que exaltam a si mesmos e constroem monumentos à sua própria glória. Toda glória dada ao homem é vazia, é vanglória, é idolatria.
2) Paulo foi um pregador extraordinário porque pregava aos ouvidos e aos olhos. “Porque não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão sobre aquelas que Cristo fez por meu intermédio, para conduzir os gentios à obediência, por palavras e por obras” (Rm 15.18).
A ênfase de Paulo não estava nas coisas que ele fazia para Cristo, mas nas coisas que Cristo fazia por intermédio dele. A obra é de Cristo, o poder vem de Cristo; Paulo é apenas o instrumento, e não o agente. Com clareza, Dr John Stott diz: “Cristo age, não com ele, mas por intermédio dele”.
O ministério de Paulo de conduzir os gentios à obediência realizou-se por palavras e obras. Ele pregava e fazia. Ele pregava aos ouvidos e também os olhos. Ou seja, ele pregava com graça e Deus operava sinais e maravilhas por seu intermédio. Deve existir uma profunda conexão entre o verbal e o visual, entre a palavra e a ação. O exemplo maior, é o próprio ministério de Cristo: ele fazia e ensinava (At 1.1).
Há de ressaltarmos que os gentios eram conduzidos à obediência. A salvação implica em transformação. É impossível receber a Cristo com Salvador sem se submeter a ele como Senhor. Paulo não pregava um evangelho barato e fácil em que bastava ‘crer’, porque Cristo não aceitará ser Salvador daqueles que se recusam a segui-lo como Senhor.
3) A pregação de Paulo era marcada por sinais e prodígios realizados pelo poder do Espírito Santo. “Por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo...” (Rm 15.19 a).
Paulo é um pregador “poderoso”. Seu poder não emana de si mesmo, vem de Deus. Sua força não vem de dentro, mas do alto. Seu apostolado é confirmado com sinais e prodígios (2 Co 12.12; At 13.6-12; 14.8-10; 16.16-18), os quais são operados mediante o poder do Espírito Santo.
Tanto os “sinais” e “prodígios”, são milagres, realizados sobrenaturalmente. Um milagre é chamado “prodígio” quando se dá ênfase no efeito exercido sobre o observador. Em contrapartida, quando o milagre aponta para fora de si mesmo e representa os atributos (poder, sabedoria, graça) daquele que o realiza, é chamado “sinal”.
Lembrando que os milagres não é o evangelho. Os milagres são “portas” que Deus abre para a pregação do evangelho. Os milagres têm como propósito conduzir os homens ao temor e à obediência a Deus. O evangelho de Marcos deixa isso bem claro (Mc 16.20). Lucas diz que o Senhor dava testemunho à Palavra de sua graça por sinais e milagres (At 14.3). Portanto, os milagres que buscam glorificar as criaturas, e não a Deus, e tratam de dar autoridade às mentiras, e não a Palavra de Deus, são do diabo.
Que Deus levante pregadores extraordinários, da envergadura de Paulo, cujo foco era a glória de Cristo, e não a sua própria glória. Amém!
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