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O DEDO DE DEUS

          Do hebraico “’esba‘” e do grego “daktylos”. Dedo de Deus - “’esba‘ ’êlõhim” e “daktylos tou Theou", refere-se ao poder de Deus e de seu Espírito.

          Torna-se necessário explicar aos leitores que as frases e os temas selecionados para serem comentados não são analisados segundo a filosofia, e sim de acordo com o sentido prático, com o valor histórico a que estão ligados, isto é, a acontecimentos bíblicos nos quais há sempre uma lição, uma experiência a registrar e um fato a proclamar.
          O tema que apresentamos pode parecer sem significação e sem objetivo. Entretanto, não há na Bíblia frases sem sentido nem assuntos sem propósito. Que importância se pode atribuir à palavra dedo?
Algumas vezes, nas Escrituras, a expressão dedo aparece em seu aspecto natural e outras, no sentido figurado, para indicar a potência ou a atividade daquele que atua; por exemplo, o dedo do homem faz ídolos e o dedo de Deus fez os céus (SI 8.3; Is 2.8).




          É bom saber que o dedo de Deus, por intermédio de Moisés, fez tremer os magos do Egito. Eis como se expressaram, ao verificarem que sua força mágica não podia imitar as pragas que a vara de Arão trouxera sobre os egípcios: "E os magos fizeram também assim com os seus encantamentos para produzirem piolhos, mas não puderam; e havia piolhos em todos os homens e no gado. Então disseram os magos a Faraó: Isto é o dedo de Deus" (Ex 8.18,19). Se o dedo de Deus assustou os poderosos magos do Egito, imagine-se o que não aconteceria se fosse a mão de Deus! Nessa ocasião, por antonomásia, fala-se do dedo de Deus operando mara-vilhas. A frase quis dizer que o poder era tal que só poderia vir de Deus; portanto, o legado que tinham Moisés e Arão era autêntico.

          Os leitores devem conhecer ainda outros fatos importantes realizados pelo dedo de Deus. Os Dez Mandamentos foram dados ao povo por Deus, no Monte Sinai, fato que muitos devem conhecer. No entanto, o que nem todos sabem é a maneira como foram escritos: "E deu a Moisés as duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus" (Ex 31.18), Isso assinala a origem divina do Decálogo e da Lei.

          Se o dedo de Deus operou maravilhas no Egito; se escreveu os Dez Mandamentos, também operou a obra potentosa da criação: "Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste..." (SI 8.3). Em virtude de uma sinédoque, na qual se toma a parte pelo todo, dedo indica o que em outras passa-gens aparece como mão ou braço. Dedo representa o poder e a atividade divinos, expressados com uma atrevida metáfora antropomórfica que reduzimos ao seu devido valor. Quando o salmista afirma que os céus são obra de Deus, ele diz jubiloso que o Todo-poderoso os fez com facilidade, e da grandeza dessa obra pode-se deduzir algo de sua excelência infinita.

          Uma passagem do Antigo Testamento que atesta a potência ilimitada de Deus é Isaías 40.12: "Quem na concha de sua mão mediu as águas, e tomou a medida dos céus a palmos? Quem recolheu na terça parte de um efa o pó da terra, e pesou os montes em romana e os outeiros em balança de precisão?". Em outras versões, o versículo aparece assim: "Quem mediu com o côncavo de sua mão todas as águas do mar, e abrangeu o firmamento somente com a extensão de sua palma, e com seus três dedos tem sujeito todo o barro que forma a terra?". No contexto, o profeta fala da libertação do povo de Deus. Por causa da potência, verdade e sabedoria infinitas de Jeová, Ele é capaz de cumprir suas promessas. Numa expressão gráfica, Isaías afirma que mortal algum mediu os componentes da Terra (o mar, o céu e a terra) sem esforço. O que para o homem é imenso, para Deus é como se fosse nada, pois abrange tudo com os simples elementos de sua mão. Águas refere-se às águas do mar. A palma eram os quatro dedos da mão plana sem estender. Três dedos referem-se a um terço de efa, ao qual se tem dado distintos valores. Essa estranha medida é algo mínimo como um bocadinho de barro que o oleiro colhe com o polegar, o índice e o médio. Os dedo de Deus, portanto, são mais imensos do que a imensidade e têm poder supremo.

          Há um acontecimento impressionante relacionado com o tema focalizado. Trata-se da aparição de dedos descrevendo uma sentença misteriosa, a qual perturbou certo rei e amedrontou príncipes e estadistas. O fato aconteceu durante o banquete que o rei Belsazar, de Babilônia, ofereceu aos príncipes do seu reino. O rei e seus convidados cometeram o erro de beberem, durante o banquete, nos vasos sagrados que foram retirados do Templo em Jerusalém, nos quais não era permitido beber, pois eram separados para o uso exclusivo do serviço do culto. Quando a ação do vinho começou a perturbar os sentidos do rei e dos seus grandes; quando deram louvores aos deuses de ouro, usando os vasos sagrados, como ofensa direta ao Deus vivo, aconteceu que "na mesma hora apareceram uns dedos de mão de homem, e escreviam defronte dos castiçais, na estucada parede do palácio real; e o rei via a parte da mão que estava escrevendo" (Dn 5.5). Eram os dedos do julgamento divino que vinha sobre o rei ímpio, para destruir toda a arrogância e orgulho dos homens perversos.



          Quando os fariseus acusaram o Filho de Deus de expulsar demônios por Belzebu, Jesus falou assim: "Se eu expulso demônios pelo dedo de Deus, certamente a vós é chegado o reino de Deus" (Lc 11.20). Mateus também registra o mesmo texto: "Mas se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, é conseguintemente chegado a vós o reino de Deus" (12.28). Essas palavras de Mateus dão a explicação e iluminam o sentido do texto de Lucas. O dedo de Deus refere-se ao Espírito de Deus, porque Jesus atuava com a virtude e a potência divina. Assim como a mão procede daquele que a possui, o dedo da mão é também daquele que o possui. Do mesmo modo o Espírito Santo procede do Pai e do Filho.

          Quando os escribas levaram uma mulher pecadora à presença de Jesus, certos de que o Mestre a condenaria, pois invocaram a lei de Moisés como argumento condenatório, está escrito que "Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra" (Jo 8.6). Não sabemos o que o dedo de Jesus escrevia naquela hora; é possível que escrevesse a admirável sentença: "Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela" (v.7). Assim, com sabedoria humana e com pleno poder divino, Jesus solucionou uma questão legal no espírito da nova lei, a lei do amor.

         Se os dedos de Jesus fizeram maravilhas, isto prova que Ele é um legado autêntico de Deus: "Então lhe trouxeram um surdo e gago, e lhe suplicaram que impusesse a mão sobre ele. Jesus, tirando-o da multidão, à parte, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e lhe tocou a língua com saliva; depois; erguendo os olhos ao céu, suspirou e disse: 'Efatá', que quer dizer: Abre-te" (Mc 7.32-34). Jesus utilizou os gestos para com aquele que não podia entender palavra alguma. Empregou a saliva, porque naqueles dias era considerada medicinal. Colocou os dedos indicadores nos ouvidos do surdo. Queria abrir seus ouvidos tapados e queria soltar sua língua para que falasse. Ao elevar sua voz, pediu o auxílio de Deus, num suspiro. Depois, pelo poder de suas palavras, curou o surdo e gago. São dedos que curam; dedos divinos e poderosos!

          Na parábola do rico e Lázaro, que o evangelista Lucas registrou há referência a um dedo que representa uma súplica angustiante à ação que esse dedo poderia representar no momento da aflição. O rico, que. estava sofrendo, fez este pedido: "Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua!" (Lc 16.24). Veja-se o valor que tinha para o rico a ponta de um dedo: somente a ponta molhada na água.

          No Antigo Testamento, há uma referência aos dedos de um homem. É uma curiosidade que gostaríamos de lembrar neste comentário. Todos nós sabemos que os dedos em cada mão são cinco; os dedos dos pés igualmente são cinco em cada pé. Pois bem, agora os leitores vão tomar conhecimento de um fato que talvez desconheçam até hoje, apesar de estar registrado na Bíblia. Trata-se de um homem que tinha 24 dedos, isto é, seis dedos em cada mão e seis em cada pé. "Houve ainda também outra peleja em Gate, onde estava um homem de alta estatura, que tinha em cada mão seis dedos, e em cada pé outros seis, vinte e quatro por todos; e também este nascera do gigante" (2 Sm 21.20).

          Neste comentário pouco falamos dos dedos dos homens, isso porque, como tudo quanto é humano, os dedos estão comprometidos com o pecado que trouxe males sem conta ao mundo em que vivemos. Contudo, desejamos registrar aqui a recomendação do autor do livro de Provérbios, a fim de que os leitores conheçam como os dedos podem ser úteis: "Guarda os meus mandamentos ... ata-os aos teus dedos" (7.2,3). Se os dedos estiverem envolvidos pela graça e pelos mandamentos do Senhor, eles serão instrumentos de bênçãos para o mundo.

FONTE:Tesouro de Conhecimentos Bíblicos de Emílio Conde

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